Sunday, December 30, 2007

O regresso

Oito horas de voo, dez minutos no AirTrain no Aeroporto de Newark, quarenta minutos no comboio para Nova Iorque e meia hora no metro depois... cheguei a casa. Desta vez, a chegada ao país foi bem mais simples do que há um ano atrás. Bastou mostrar o meu cartão de residente e seguir em frente. Mais difícil, imagino eu, terá sido a entrada do Paulo Camacho, que veio no mesmo avião do que eu. Com carimbos iraquianos no passaporte, suponho que lhe tenham feito uma ou duas perguntas. Ou mil. Seja como for, a verdade é que não o vi na recepção de bagagem. Desejo-lhe sorte, é claro. Espero que estes dias na prisão não lhe estraguem os planos de férias.

Quanto à minha viagem, fiquei um bocado chateado por estar no lado errado do avião. Estava à janela, mas do lado direito, e, à aterragem, Manhattan estava à esquerda. Ainda vislumbrei o skyline a certa altura, mas durante a maior parte do processo de aproximação à pista, o que eu podia avistar era New Jersey - um cenário tão sedutor como a barriga das pernas da minha vizinha russa que deve pesar alguns cento e cinquenta quilos e usa mini-saias quer faça chuva, sol ou neve.

Estes dias em Portugal souberam muito bem, mas agora, de regresso a casa, outras coisas sabem bem, de entre as quais o facto de ter aquecimento central não é das menos relevantes. Pode estar cinco graus lá fora, mas estou a escrever este post de calções e T-shirt, indumentária bem diferente das calças de fato de treino, duas sweat-shirts e gorro com que dormi nos dias que passei em Lisboa.

Thursday, December 13, 2007

I <3 hip-hop

Why?
During our holiday party, two of my colleagues told me that they were surprised I liked hip-hop. I said, "I love hip-hop." I added, "I love Jay Z."
Then a colleague told me her brother just did a video with him. While she was explaining the video, I realized, it's the video for "Roc boys (and the winner is..)"
I almost died. I mean, I could have been an extra or something, at least.
I'm always one minute too late.
Damn a New York minute.

Wednesday, December 12, 2007

Check-out

Estou de saída para o aeroporto. Em princípio, este blogue vai ficar em stand-by, a não ser que a Jennifer escreva alguma coisa ou que me aconteça algo nestas duas semanas e tal que vou estar em Portugal que faça sentido contar aqui.

Espero ver-vos a todos nos próximos dias. Abraços.

Monday, December 10, 2007

Sixers 105 - Knicks 77

Vinte e oito pontos de diferença. Do ponto de vista puramente desportivo, a minha ida ao Madison Square Garden foi um fiasco, mas, como expliquei num post anterior, isso já era mais ou menos previsível. Não deixei, por isso, que a derrota vergonhosa afectasse a emoção de entrar pela primeira naquela que é promovida como «the world most famous arena», um slogan que, apesar de bastante presunçoso, reflecte a mística que rodeia este pavilhão.

A primeira sensação que tive ao entrar no recinto e olhar para o court, lá em baixo, foi de alívio. Estava com medo de que não conseguisse enxergar nada por estar demasiado longe, mas depressa verifiquei que a visibilidade era satisfatória. Dava para ver a bola a entrar no cesto, o que, num jogo de basquetebol, já é meio caminho andado para se perceber o que se está a passar.

Pude então, mais descansado, olhar à minha volta e analisar o Madison Square Garden em detalhe. Não sei se foi por estar habituado ao nosso Pavilhão Atlântico, mas o que me saltou à vista foi o facto daquilo parecer um bocado velho - constatação esta suportada pelo facto daquilo ser mesmo velho já que foi construído em 1968. O contraste dos traços arquitectónicos do passado com a tecnologia de ponta dos monitores gigantes que cobrem o recinto é gritante. É um pouco como se alguém colocasse um LCD no Templo de Diana, ou assim.

Quanto à experiência social propriamente dita, já que esta foi também a primeira vez que assisti a um evento desportivo ao vivo aqui nos Estados Unidos, a nota de destaque vai para o facto dos americanos não pararem quietos durante o raio do jogo. Sentam-se, levantam-se para ir ao bar, voltam com copos de dois litros de Coca-Cola, trocam de lugar, dão uma volta ao pavilhão, saem para ir fumar, voltam a sentar-se, vão buscar mais dois litros de Coca-Cola, chamam o vendedor de cachorros-quentes, tiram fotografias, levantam-se outra vez para ir para o raio que os parta, epá... Sosseguem! Sentem-se e vejam a porcaria do jogo, pá! Os jogadores é que têm de se mexer, não são vocês!

Bom, verdade seja dita que o casal que estava à nossa frente não participava desta roda viva, mas só porque deviam ter os dois à volta de 95 anos de idade. O velhinho ainda se levantou por duas vezes, para ir à casa-de-banho mudar as fraldas da incontinência, suponho, já que, quando voltava, movimentava-se com uma assinalável melhoria de movimentos, mas a velhinha nunca abandonou o seu lugar, a não ser logo depois de começar a segunda parte, quando se foi embora em sinal de protesto para com a má exibição da equipa, dizendo, e passo a citar: «They should be ashamed of themselves».

Ao nosso lado estava outro casal, este de mais tenra idade. Tão tenra, aliás, que, segundo a Jennifer, estavam a ter uma discussão conjugal sobre fotografias no MySpace. Não consegui perceber os detalhes da zanga. É pena.

Apesar do que seria possível depreender por esta descrição, foi uma noite inesquecível, que, contudo, por pouco não ia sendo arruinada pela circunstância de ser Kids Night no Madison Square Garden. Significa isso o quê? Que, em vez de cheerleaders, por exemplo, os intervalos e descontos de tempo eram preenchidos por um grupo de crianças a fazer habilidades, ou com jogos parvos em que duas famílias disputavam um prémio através, sobretudo, da ridicularização dos pais e das mães que tinham de competir entre si fazendo corridas em bolas saltitonas ou percorrendo o court de gatas e de costas. Ainda pensei que o prémio fosse uma viagem de sonho, ou um Bentley, ou isso, enfim, qualquer coisa que valesse a pena ser humilhado em frente de milhares de pessoas, mas não: era apenas um vale de compras na loja dos Knicks. Isso é que mesmo amor à equipa, ou então, não ter noção do ridículo. Agora que penso mais nisto, acho que é mais não ter noção do ridículo.

Felizmente, lá apareceram as cheerleaders. Sim, porque um evento desportivo na América sem cheerleaders, não é evento desportivo, não é nada. Ia ter de pedir o meu dinheiro de volta, e isso ia ser chato porque não sou pessoa de devolver coisas.

Thursday, December 6, 2007

Planos para o ano que vem

Esqueci-me de dizer que, aí há coisa de duas semanas, fui visitar este espaço:

Chama-se «Paragraph» e é um local de trabalho para escritores ou pessoas que se dedicam a actividades ligadas à escrita. Sou bem capaz de me inscrever nisto e começar a trabalhar lá a partir de Janeiro. Gostei bastante do espaço e da localização (fica a um quarteirão da Union Square) e, para além disso, gostei do facto de serem organizadas aqui reuniões informais com agentes literários reservadas a membros - algo que pode fazer avançar o processo de publicação dos meus livros nos Estados Unidos já que chegar à fala com um agente só acontece quase por milagre.

Entretanto, fiz outra descoberta que me deixou bastante entusiasmado para o próximo ano. Descobri que existe um movimento chamado Coworking e que, no fundo, não é mais do que uma comunidade de pessoas com uma situação profissional semelhante à minha, que se juntam para trabalhar em determinado local, aproveitando assim os benefícios do contacto interpessoal e da troca saudável de ideias, sem as quesílias normais de um escritório. De momento, em Nova Iorque, este pessoal reúne-se para trabalhar num café com que tem uma espécie de acordo, mas existem planos para encontrar um espaço mais amplo, um loft ou isso, para onde, através de um pagamento mensal suportável, se possa levar o computador e ter acesso ao espaço em si, a internet, fotocopiadora, máquina de café, enfim... todas as amenidades necessárias para o desenvolvimento profícuo de uma actividade profissional.

Só tenho pena de não ter ouvido falar disto mais cedo porque me parece a solução ideal para o meu caso. Não que eu tenha propriamente um problema. Eu adoro trabalhar em casa e, para ser sincero, nem sequer sinto falta de estar com pessoas o dia inteiro, mas sei que não é saudável. Mais cedo ou mais tarde, é provável que isso começasse a fazer-me mal aos neurónios e é preciso evitar isso a todo o custo já que os meus neurónios são a minha principal ferramenta de trabalho.

Tuesday, December 4, 2007

Banda sonora para o frio

Com a chegada do frio e da neve aqui a Nova Iorque muda a playlist do meu iPod. Apesar de o utilizar quando estou fora casa, encho-o com músicas de ouvir ao pé da lareira, ou, no meu caso, junto ao radiador do aquecimento central. Esta é um bom exemplo: versão de Scott Mathews do «The Boy With a Thorn In His Side» dos Smiths.



Segue-se outra versão, desta feita do «Rocket Man» (não: não é a do David Fonseca). Esta versão é dos My Morning Jacket e tem a grande vantagem de nos oferecer uma oportunidade de ouvir o «Rocket Man» sem que seja preciso pôr a tocar um disco do Elton John, o que é coisa para dar logo início a rumores.



Agora um guilty pleasure que assumo: «The Blower's Daughter» de Damien Rice. E é um guilty pleasure não pela música em si, mas sim porque isto faz lembrar um pouco aquele gajo que tem aquele teledisco em que está na praia com uma camisola de capuz e depois tira a roupa e os sapatos e tudo o que tem nos bolsos, o James Blunt ou lá o que é, e só o facto de ser parecido com esta piroseira já é coisa para se ter vergonha.



Para terminar, e porque o Damien Rice tem uma grande versão do «Creep», os Radiohead. Podia muito bem sugerir o «Nude», do último álbum, mas, sei lá porquê, tenho ouvido outra música que nunca foi das minhas preferidas dos Radiohead: «The Tourist».

Saturday, December 1, 2007

«I love this game!»

Que grande momento, pá! Acabei de comprar bilhetes para o jogo dos Knicks contra os Philadelphia 76'ers. O mais certo é os Knicks levarem mais uma sova, já que este ano, como aliás aconteceu no ano passado, a equipa está uma desgraça (ainda na semana passada perderam um jogo com os Celtics por 104 - 59!), mas não quero saber. A 8 de Dezembro lá estarei no Madison Square Garden a concretizar um dos sonhos que tenho desde miúdo: ver um jogo da NBA ao vivo. Se os Knicks ganharem, ainda melhor. Se ganharem por um ponto de diferença com o cesto vencedor a ser marcado a menos de um segundo do fim... então é perfeito!

Thursday, November 29, 2007

«Charlie Wilson's War»

Mais uma exibição especial de um filme que ainda não saiu: «Charlie Wilson's War». Tom Hanks, Julia Roberts e Philip Seymour Hoffman numa história sobre o envolvimento dos Estados Unidos na guerra entre a União Soviética e o Afeganistão. Eu não sou crítico de cinema - muito longe disso - e o mais natural é isto ganhar uma data de Oscares, mas pareceu-me que este filme é mais uma sequência de acontecimentos do que uma história. É uma película competente e interessante, mas falta-lhe emoção, o que é estranho já que foi escrita por Aaron Sorkin, autor de séries como «Os Homens do Presidente» ou a mais recente «Studio 60 on The Sunset Strip», uma série sobre os bastidores da televisão que foi arrasada pela crítica mas que eu papei com grande avidez.

Tom Hanks e Julia Roberts cumprem o seu papel, como seria de esperar, mas é Philip Seymour Hoffman que merece destaque. Que mais não seja por isso, vale a pena ver o filme só para assistir a mais um grande desempenho deste actor que confirmou todas as suas qualidades em «Capote» e que, agora, dá corpo a um agente da CIA com uma tal presença, credibilidade e magnetismo que é difícil tirar os olhos dele em qualquer cena em que intervenha.

Monday, November 26, 2007

Casa, sweet home

Quase um ano depois de estar aqui a viver, continua a ser um pouco estranho atravessar a George Washington Bridge depois de uns dias fora da cidade, olhar para as luzes de Manhattan, as mesmas luzes que vi em filmes e fotografias desde miúdo, e sentir aquela sensação confortável de quem está quase a chegar a casa. Às vezes ainda é um pouco difícil de acreditar, mas, agora, esta é a minha casa.

Saturday, November 24, 2007

Notas e lições do meu primeiro Thanksgiving

Em Portugal temos imensas feiras gastronómicas, festivais do marisco, recordes que vão desde a maior feijoada até ao maior churrasco do mundo e feriados em que se come até mais não poder, mas o que não temos é um feriado dedicado exclusivamente a comida. E é isso que é o Thanksgiving: uma enorme refeição que começa à uma da tarde e acaba às nove ou às dez da noite. No meu caso, e porque os pais da Jennifer estão separados, duas refeições: uma em casa do pai, outra em casa da mãe, espaçadas por um período de aproximadamente quarenta e cinco minutos.

Na sua essência, o Thanksgiving é a recriação do jantar que os colonos decidiram fazer para agradecer o primeiro bom ano de colheitas desde que se tinham estabelecido na América, sucesso agrícola esse conseguido devido aos ensinamentos dos índios nativos que, por essa razão, foram também convidados para o jantar. Foi, sem dúvida, o ponto alto das relações entre colonos e índios já que, feita a digestão, os índios foram chacinados num espaço de poucos anos. Pode parecer ingratidão, isto de chacinar pessoas depois de nos terem ensinado a sobreviver numa terra desconhecida, mas, quer dizer, povo que nunca chacinou outro que atire a primeira pedra. Nós, portugueses, em termos de chacina devemos estar nos primeiros lugares da tabela, em parceria com os espachóis, imagino, até porque, por alturas do jantar original de Thanksgiving, em 1621, já nós tínhamos anos e anos de experiência chacinatória, desenvolvida à custa de muito povo degolado pelos quatro cantos do mundo.

Bom, mas dizia eu que o Thanksgiving é a recriação desse primeiro jantar, com a diferença de que, à partida, ninguém vai chacinar ninguém nos próximos tempos, até porque isto de mutilar pessoas dá trabalho e implica dispêndio de energia - tarefa para a qual ninguém se voluntaria depois de uma barrigada de perú com recheio, puré de batata, tarte de batata doce, caçarola de feijão verde, coleslaw e souflé de milho, tudo isto cimentado por uma sobremesa de tarte de abóbora, tarte de maçã e cheesecakes de côco e chocolate.

Este foi o meu primeiro Thanksgiving e, como sempre acontece numa primeira vez, há lições a tirar. Destacaria esta: não encher o prato pela segunda vez, principalmente se, dali a três quartos de hora, temos de ir jantar outra vez a casa de outra pessoa. É que, aparentemente, regurgitar perú não é uma das tradições do Thanksgiving*. Estes americanos não sabem o que é diversão, pá.

*Não aconteceu comigo, mas foi por pouco.

Tuesday, November 20, 2007

Dia/Noite

Desde que a hora mudou aqui, às quatro e meia da tarde já está escuro. Às vezes, até dou por mim a pensar que estou na Noruega.

Monday, November 19, 2007

Do, ré, mi

Sábado fui pela primeira vez ao Carnegie Hall (na imagem), uma das mais importantes salas de espectáculo de Nova Iorque. Uma amiga da Jennifer ofereceu-lhe bilhetes para o recital de um pianista russo chamado Denis Matsuev, e nós fomos, movidos mais pela vontade de conhecer o edifício do que propriamente para ouvir o homem. Não é que eu não aprecie uma pianada de vez em quando. Pelo contrário. Vi «O Piano» e tudo. E quando era mais novo até cheguei a ouvir discos do Richard Clayderman, esse monstro da música de elevador que rivaliza ombro a ombro com o Kenny G. ou com a flauta de pan do Rao Kyao.

Bom, seja como for, Denis Matsuev, é, sem dúvida, um génio. E nem me refiro sequer à sua técnica ou talento, porque os meus conhecimentos musicais não são suficientes para avaliar da sua qualidade. Aliás, se ainda fosse preciso provar que sou um ignorante nesse capítulo, bastaria analisar o meu comportamento durante o recital, nomeadamente o cuidado que tive para não ser o primeiro a bater palmas, não fosse eu começar a aplaudir numa pausa, só para descobrir segundos depois que, afinal, não era exactamente o fim da sonata mas apenas uma mudança de andamento. Seria embaraçoso. Mais embaraçoso do que quando o telemóvel de alguém começou a chamar com aquele toque da Nokia, ou quando um velhinho quatro ou cinco filas atrás de mim desatou a tossir de tal maneira que parecia que ia vomitar.

Dizia eu então, e repito agora, que Denis Matsuev é um génio, e essa minha asserção assenta no facto dele ter tocado de cabeça, sem recorrer a pautas nem nada disso. Por um lado, fiquei algo desiludido já que não pude ver ao vivo uma daquelas pessoas que viram as folhas com a música, ocupação que consegue ser ainda mais secundária do que sidekick de super-herói, mas, por outro, observei com admiração a capacidade de memorização do pianista. Decorar peças inteiras de Liszt e Prokoviev não é para qualquer um. Para mim não é, com certeza, que muitas vezes só depois de passar os créditos finais é que me lembro que já tinha visto aquele filme ou que duas semanas depois de ler um livro já não me recordo se foi ou não o mordomo que matou o pobre coitado no primeiro capítulo.

Agora a sério, foi, inquestionavelmente, um grande concerto, e a prová-lo estão os oito ou nove encores que homem fez. De cada vez que ele se sentava para tocar mais qualquer coisa, eu torcia para que fosse o «Moonlight», mas não. Nunca foi. Essa sonata de Beethoven deve ser demasiado fácil para o Denis Matsuev.

Friday, November 16, 2007

A história de Dewey Cox

Durante a exibição do «The Mist» deram-me um convite para ir a uma sessão especial de outro filme, desta feita uma comédia de nome «Walk Hard». Foi ontem. Este filme conta a história de Dewey Cox, um cantor que vive assombrado pelo facto de ter cortado o irmão ao meio durante uma brincadeira com cantanas quando era criança. Dewey atinge o estrelato, mas problemas pessoais, entre os quais o facto do pai estar sempre a repetir que the wrong kid died, leva-o a ter uma vida conturbada e um carreira com altos e baixos que passa pelo country, rock'n'roll, punk, música de intervenção e até uma fase hippie.

«Walk Hard» é uma espécie de paródia ao «Walk The Line», parece-me, mas, o filme sobre a vida de Johnny Cash é bem melhor do que este, mesmo comparando dois géneros completamente distintos. É provável, contudo, que este filme seja bem recebido, até porque é produzido por um dos nomes mais sonantes na nova comédia em Hollywood, Judd Apatow, responsável por grandes sucessos de bilheteira como «Knocked Up» e «Superbad», mas a mim não me convenceu totalmente. Há gags muito bons, ri-me algumas vezes, mas não as suficientes para recomendar uma ida ao cinema para ver o filme. Aluguem o DVD quando sair.

Wednesday, November 14, 2007

A Neblina

Segunda-feira fui à ante-estreia do filme «The Mist». Estou na mailing list da «Time Out New York», uma revista sobre aquilo que anda a acontecer na cidade, e, de vez em quando, eles oferecem bilhetes para este tipo de coisa - o que é óptimo já um bilhete de cinema aqui custa 12 dólares.

Na verdade, eu nem sabia que ia ser a ante-estreia mundial do filme. Pensava que era apenas uma exibição especial, mas dei por mim na mesma sala que os actores da película, o realizador (o mesmo que realizou o grande «Condenados de Shawshank») e uma data de convidados VIP, dos quais tenho a destacar o Stephen King. Eu nem queria acreditar quando ele se levantou para agradecer os aplausos quando o realizador disse que o filme era baseado numa obra sua. Não é que eu tenha alguma vez lido alguma coisa do Stephen King, mas o homem é uma lenda da literatura contemporânea. Não sei se é o autor que mais livros vende em todo o mundo, mas, se não é, deve andar lá perto. E eu estive na mesma sala que ele.

Quanto ao filme propriamente dito, este «The Mist» é um interessante filme de terror, se bem que tenta ser mais do que isso. Utilizando uma situação extrema de pânico colectivo em que um grupo eclético de pessoas é colocado num supermercado durante um ataque de algo que se esconde uma neblina espessa, o filme aborda a questão do fanatismo religioso e da sua relação com o medo. Percebi a intenção, mas não me tocou por aí além. Achei o desenvolvimento dessa componente da história algo apressado. As cenas mais bem conseguidas são, sem dúvida, as de acção nua e crua já que, apesar de envolverem monstros e criaturas irreais, conseguem ser verosímeis ao ponto de eu dar por mim pensar «epá, se eu estivesse fechado num supermercado e fosse atacado por insectos gigantes seria exactamente assim, com certeza». O clímax é potente e fecha o filme de modo emocionalmente satisfatório.

Resumindo: ainda apanhei um cagaço ou outro e, portanto, saí do teatro contente. Principalmente porque não tive de pagar.

Sunday, November 11, 2007

Fim-de-semana em Saratoga Springs

«Aahhhhh... a vida é boa...». Era essa a única coisa que me apetecia dizer depois de sair da sauna e do banho termal que fiz num dos spas de Saratoga Springs. Nunca 45 minutos passaram tão depressa. Agora, com os pólos mais abertos do que nunca, estou na Interstate 87, a caminho de casa. Faltam cerca de 60 milhas para chegar a Queens e estou a deixar para trás um grande fim-de-semana, passado numa cidade conhecida pelas suas corridas de cavalos, mas que tem suficiente variedade de oferta para agradar a pessoas de sensibilidades menos equestres, como é o meu caso.

E a coisa até nem começou muito bem. Chegámos sexta-feira à noite, já um bocado tarde, e a dona do bed and breakfast onde ficámos instalados aconselhou-nos a ir jantar ao Wine Bar. Ainda estou para perceber porquê. Aquilo tresandava a yuppies por todos os lados e não me parece que eu tenha aspecto de yuppie. O que quer que a tenha levado a pensar que aquele restaurante seria o mais indicado para nós vai para além da minha compreensão, mas acaba por não interessar muito para o desenrolar da história porque, como disse, já era tarde e os restaurantes estavam todos a fechar, incluindo aquele. Felizmente, no outro dia de manhã, a senhora não estava por perto, porque ia ser embaraçoso quando ela perguntasse se tínhamos gostado do Wine Bar e nós tívessemos de responder que tínhamos jantado bolo de chocolate e cheesecake de maçã na pastelaria em frente.

O sábado, contudo, abriu em grande. A grande vantagem de se ficar num bed and breakfast em vez de num hotel é exactamente o breakfast. Não é cá aquelas tretas de pequeno-almoço continental tipo buffet. Detesto essas cenas. Um indivíduo ainda está meio a dormir e já lhe estão a pedir para que ande com um prato na mão à procura de comida. É estúpido. Num bed and breakfast, o pequeno-almoço é normalmente caseiro, feito na hora e servido à mesa. Há uma desvantagem, contudo: é que, como o ambiente também é caseiro, é preciso falar com pessoas e isso. E falar com pessoas logo pela manhã é capaz de ser tão puxado como andar com pratos de um lado para o outro num buffet. Mas pronto. Não se pode ter tudo e, entre um e outro, sempre prefiro as pessoas porque pelo menos não corro o risco de as deixar cair no chão e espalhar ovos e bacon pela carpete do hotel.

Durante o resto do dia, fomos passear pela cidade. Nesta altura do ano, o Outono encarrega-se de oferecer cenários pitorescos entre o amarelo e o vermelho a quem tiver disposição para os apreciar, e nós tínhamo-la. Eu sei que prometi fotos, mas estava um frio do caraças e não me apeteceu tirar as luvas.

No domingo, antes de nos virmos embora, foi então a altura para o spa. Eu nunca tinha ido a spas, confesso - se não sou yuppie, muito menos sou metrosexual -, mas, epá... foram 45 minutos de sonho. Os dedos ficaram um bocado enrugados, é verdade, mas, desta vez, não foi de lavar a loiça.

Friday, November 9, 2007

É de ver

Ouvi agora na net que vai estrear em Portugal a série «Flight of the Conchords». Não sei em que canal isto vai passar - deve ser no cabo, porque nenhum canal generalista seria capaz de passar uma coisa destas -, mas é de ver. Nem todos vão gostar. É daquelas coisas que ou se gosta, ou nem se chega a detestar porque passa completamente ao lado. A série conta a história de dois músicos neo-zelandeses que decidem vir para Nova Iorque tentar a sua sorte, nunca conseguindo, contudo, sair do anonimato. A série é de ficção, obviamente, até porque, na vida real, os «Flight of the Conchords» são uma dupla de enorme sucesso na Nova Zelândia e, agora, também aqui nos Estados Unidos. Eles fazem comédia com música, um pouco ao estilo dos «Cebola Mole», para dar um exemplo português, mas as letras são de uma originalidade delirante. Aliás, para a série funcionar em Portugal, a tradução das letras terá de ser muito bem feita.

Para que tenham uma ideia daquilo que os «Flight of the Conchords» fazem, saquei dois vídeos do Youtube com excertos de um espectáculo que eles deram no canal «Comedy Central». Do primeiro vídeo, que fala das quartas-feiras, a noite em que um deles tem sexo com a mulher, destaco esta passagem: «Next thing you know we're in the bathroom brushing our teeth, that's all part of it, that's foreplay, it's very important. Than you go sort out the recycling, that's not part of it, but it's still very important»; do segundo, um tema sobre os problemas da sociedade actual, a minha parte preferida é esta: «There's people on the streets getting diseases from monkeys, yeah that's what I said: they're getting diseases from monkeys. Why is this happening, please? Who's been touching these monkeys? Leave these poor sick monkeys alone, they're sick , they've got problems enough as it is».




Escapadinha

Apesar de não o fazer tanto quanto gostaria, viajar é uma das coisas que mais me fazem vibrar. Por isso, mesmo quando se trata de uma escapadinha como aquela que vamos fazer este fim-de-semana, fico logo com outro estado de espírito. Vamos a Saratoga Springs, uma cidade de arquitectura vitoriana com termas e lagos e cenas dessas. Fica a norte do estado de Nova Iorque, a cerca de quatro horas de Manhattan. Vou ver se dá para ir pondo aqui umas pictures durante o fim-de-semana.

Wednesday, November 7, 2007

A greve dos «gajos que até têm jeito para escrever»

A greve dos guionistas americanos é completamente justificável. Acho que ninguém - à excepção dos grandes estúdios de cinema e televisão - é capaz de discordar que os guionistas têm direito a uma fatia dos lucros obtidos com a venda de DVD's ou com a exploração comercial dos formatos por eles escritos na internet ou em telemóveis.

Nós, os guionistas portugueses, devíamos seguir-lhes o exemplo, mas isso é uma utopia que nem o próprio Thomas More seria capaz de conceber. Não estamos organizados enquanto classe para conseguirmos avançar com uma coisa dessas e, para além disso, todos nós sabemos que, se fizéssemos greve, alguém da produção ia logo lembrar-se que tem uma amiga que tem um sobrinho que tem um colega que até tem jeito para escrever e ficava logo o problema resolvido. Éramos logo substituídos por um caramelo qualquer que até fazia o nosso trabalho por menos dinheiro porque está convencido que trabalhar em televisão o vai ajudar a conquistar miúdas.

Felizmente para mim, até não me posso queixar das pessoas com que tenho trabalhado enquanto guionista. Eu, o Dionísio e o Bruno temos uma relação honesta e até de amizade, em muitos casos, com as produções dos programas em que temos colaborado, mas isso não muda o panorama geral da situação. O guionista, em Portugal, é ainda visto como «o gajo que tem umas ideias e escreve umas coisas» e esta noção, que só não é ofensiva porque demonstra uma ignorância tão grande daquilo que é o nosso trabalho que dá mais pena do que raiva, leva a que todos pensem que podem ser guionistas. Talvez possam, mas eu digo já uma coisa a essa gente toda: quando tiverem guiões para escrever mas a coisa não esteja a sair e decidam por isso vir escrever um post no seu blogue sobre a greve dos guionistas americanos adiando por alguns minutos o stress da folha em branco, não se queixem... É só isso que eu digo.

Friday, November 2, 2007

Segundo é melhor que terceiro

Não é normal ficarmos nos lugares cimeiros em rankings que não tenham a ver com acidentes na estrada ou taxas de alcoolismo, e, por isso, achei digno de relevo que, numa iniciativa da National Geographic Traveler, 522 peritos tenham eleito os Açores como as segundas melhores ilhas do mundo. Não devem ter estado aí no Inverno, com certeza, mas, de qualquer maneira, é uma classificação de prestígio.

Em primeiro lugar, ficaram as Ilhas Faroé, arquipélago conhecido pelas suas vergonhosas prestações no Jogos Olímpicos e pelas cabazadas que leva no futebol. Portanto, se há uma lição a tirar disto, é que, por mais autónomos que os Açores sejam, nunca devemos cair na tentação de querer ter as nossas próprias selecções desportivas.

Thursday, November 1, 2007

Halloween

Desilusão: não me apareceu ontem nenhuma criança aqui em casa a dizer «trick or treat». Não tinha nada para lhes dar, é verdade, mas isso não quer dizer pescoço. Sempre queria ver que tipo de susto é que eles me iam pregar. Talvez mostrar os dentes cariados pelos rebuçados que já comeram naquele dia, ou isso.

Bom, seja como for, para mim, é a queda de um mito. Anos e anos a ver filmes sobre o Halloween para verificar agora in loco que é tudo invenção de Hollywood. A não ser que as crianças não tenham pachorra para vir a prédios de apartamentos sem elevador. Se for isso, até compreendo. Subir escadas é cansativo, principalmente se se estiver mascarado com uma armadura de cavaleiro medieval, e pode até ser perigoso se se tropeçar no lençol de fantasma quando se está a descer os degraus.

Apesar de ser mais dedicado às crianças, este dia não deixa de ser assinalado pelos mais crescidos. Por aquilo que pude perceber, o Halloween é uma oportunidade para os adultos darem asas aos seus recalcamentos sexuais mais profundos, utilizando máscaras para assumir as suas verdadeiras personalidades. Contudo, ao contrário do que acontece no Carnaval em Portugal, não vi nenhum homem vestido de mulher. Aqui, a moda parece ser as mulheres vestirem-se de prostitutas. Por mim, tudo bem. Sempre há mais para olhar nas viagens de metro.

Wednesday, October 31, 2007

Topo-os à distância

Estou a desenvolver uma extraordinária capacidade de reconhecer portugueses. Já não consigo contar pelos dedos das mãos as vezes que pensei que determinada pessoa podia ser portuguesa e, depois, é mesmo. Normalmente, tudo começa pela percepção de que os indivíduos em causa não são americanos - o que, aqui em Nova Iorque, não ajuda muito porque há gente de todo o lado. Um posterior exame visual sumário, baseado em factores como vestuário, adereços e traços étnicos, limita as possíveis opções de naturalidade a um país europeu, muito possivelmente do sul. Nesta altura, estou indeciso entre Itália, Grécia, Espanha e, porventura, França. O passo seguinte é uma análise auditiva da entoação do discurso e é incrível como, mesmo por debaixo do burburinho da multidão ou do barulho do metro, onde normalmente me dedico a esta inútil actividade, é possível distinguir as inflexões típicas da língua portuguesa. Note-se que, nesta fase, não consigo ainda distinguir palavras, ou porque estou longe, ou porque, de facto, o som ambiente abafa o emissor em análise. Contudo, e sem necessidade de descodificar o discurso, a familiar tonalidade do Português é facilmente reconhecível. A primeira vez que me apercebi disto foi ao tentar apanhar no auto-rádio uma estação minimamente aceitável na viagem de carro que fiz ao Maine. Entre centenas de estações com péssima recepção, pareceu-me ouvir alguém falar Português. A forte estática não me permitia perceber o que estava o locutor a dizer, mas sim: parecia mesmo Português. Até que, numa curva mais favorável às ondas da rádio, veio a confirmação da percepção inicial: era mesmo uma rádio portuguesa e estavam a falar do Rui Costa. Bom, mas voltando à minha técnica de reconhecimento de compatriotas no metro, nesta altura, e passado o teste de tonalidade do discurso, a probabilidade dos sujeitos da investigação serem portugueses é de quase cem por cento. Nas únicas vezes em que me enganei - poucas - eram gregos. Para elevar esta capacidade à perfeição tenho, pois, de desenvolver um método para distinguir portugueses de gregos. Talvez confiar mais no olfacto. Se cheirar a queijo feta, é grego; se, por outro lado, cheirar a tremoço, é português.

Sunday, October 28, 2007

Eu já fui assim

Não sei se vocês têm pachorra para ver os vídeos que vou colocando aqui no blogue de vez em quando, mas, de qualquer maneira, cá está mais um. Desta feita, é uma animação tipográfica construída a partir do «Let The Drummer Kick», uma música viciante dos Citizen Cope. Atenção que isto não é o videoclip da música - nem sei se este tema tem videoclip. É apenas a obra de um maluco qualquer que decidiu perder horas a fazer isto e colocar no Youtube. Admiro este tipo de pessoa que tem paciência para fazer coisas apenas porque lhes apetece. Eu já fui assim. Hoje em dia... nem por isso.

Thursday, October 25, 2007

Virus, bactérias e pernas partidas: podem vir

Tenho-me esquecido de referir que já tenho seguro de saúde. Agora sim já posso ficar doente sem correr o risco de ter de ir morar para debaixo da ponte para pagar a conta do hospital. É que, aqui, uma pessoa pensa mesmo duas vezes antes de ir ao médico se não tiver seguro. Ainda o outro dia, por exemplo, ia cortando o dedo em dois depois de amolar as minhas facas de cozinha e não fui levar pontos nem nada.*

*Mais uma vez, utilizo aqui uma hipérbole para efeitos dramáticos. É verdade que fiz um grande lanho num dedo, mas não me parece que fosse necessário cozer aquilo. Bom, talvez um pontinho. Ou dois.

Wednesday, October 24, 2007

Expectativas

Ontem fui ao Bronx pela primeira vez. Não fui assaltado, não levei uma facada e nem sequer assisti a um tiroteio. Na verdade, estou um pouco desiludido.

Monday, October 22, 2007

Não sou o único

Eu nem queria acreditar quando vi retratada num dos últimos episódios da versão americana do «The Office» uma fixação que tenho há anos: ficar horas a olhar para a televisão à espera que o logótipo que anda de um lado para o outro no ecrã quando o leitor de DVD está em screen saver bata mesmo em cheio num dos cantos no ecrã. Sempre pensei que fosse o único inútil a fazer isso, mas é bom saber que não estou sozinho. Cá está a prova:

Sunday, October 21, 2007

E pronto, agora é que nunca mais saio de casa

Teve de ser. Aguentei-me durante cerca de oito meses, mas não dava mais: comprei uma Playstation 3 com o resto do dinheiro que ainda tinha no Paypal por ter vendido uns logótipos online. Não é que seja um grande um designer gráfico - estou bastante longe de o ser - mas a verdade é que, com o que ganhei com isso, comprei o meu computador, paguei a minha viagem para Nova Iorque e comprei agora a Playstation.

Portanto, amigos, é só uma questão de esperar que o Pro Evolution Soccer 2008 seja lançado aqui nos Estados Unidos e estou pronto para aviar quem tiver coragem para me desafiar.

Thursday, October 18, 2007

For my people!



No love for the Benjamins

You know the U.S. dollar is weak when they no longer play a role in rap videos. The substitute? Euros.
What cool code name will they come up for that?
It's no longer all about the Benjamins.

p.s. Benjamins are what rappers call the $100 bill because it has the image of Benjamin Franklin - check it out here


Contudo, à quarta, volta a ter graça outra vez

Ok. Estava eu a pôr o ponto final no post anterior*, quando recebo um telefonema da Apple Store a dizer que afinal tinham conseguido consertar o computador na loja e que, portanto, não era preciso enviá-lo para lado nenhum. Amanhã vou buscá-lo e volta tudo ao normal.

*A expressão «exactamente quando estava a pôr o ponto final no post anterior» foi utilizada apenas para fins dramáticos. Na verdade, foram algumas horas depois. Entretanto, estive a marinar uns bifes de espadarte em salsa e tomilho para o jantar.

E, à terceira, a coisa deixa de ter graça

Tive de ir mais uma vez à Apple Store com um problema no computador, agora com o monitor todo preto, sem dar sinais de vida (e sim: o computador estava ligado). Foi a terceira vez em menos de 8 meses e, se nas outras duas, até achei graça ao facto de ter uma avaria, desta feita o sentimento foi bem diferente. Primeiro, porque tive de ir às 11 da noite; e depois, porque não me conseguiram resolver logo o problema e, por isso, o computador tem de ser enviado para o Apple Depot, uma espécie de centro de avarias mas que, para mim, significa «estás bem fucked, agora tens de esperar duas semanas para teres isto de volta».

Não sei bem o que vou fazer sem ele. Bastou um dia para perceber o quanto estou dependente da porcaria do computador. É lá que tenho todos os meus ficheiros de trabalho, é lá que tenho toda a minha música, é lá que tenho todas as minhas bookmarks para os sites de pornografia, é lá que tenho tudo, basicamente.

A nível profissional, a coisa ainda se vai arranjar porque o Apple Genius ligou o meu computador a outro monitor e eu consegui enviar para mim próprio os ficheiros que precisava para trabalhar. Valha-nos isso porque, caso contrário, tinha de escrever de novo tudo o que fiz desde o início da semana e que ainda não enviei para o Bruno e para o Dionísio. E, já sabe: eu consigo ser brilhante uma vez, mas duas...

O outro lado menos negativo disto é que, pelo menos, não vou ter de pagar nada. Ou melhor, vou pagar apenas 50 dólares porque pedi para eles me fazerem um backup do meu disco rígido antes de enviarem o computador para o «estás bem fucked, agora tens de esperar duas semanas para teres isto de volta». Mas olha: é para eu não ser estúpido e fazer backup dos meus documentos.

Friday, October 12, 2007

Segundo churrasco em Nova Iorque

Não é que só por ter ido ao meu segundo churrasco em Nova Iorque passe a ser especialista em churrascos em Nova Iorque, até porque, se um foi num terraço em Brooklyn com vista para Manhattan, o outro teve lugar no jardim de uma vivenda com tectos de catedral em Forrest Hills, tratando-se, pois, de eventos completamente distintos, mas a verdade é que, por aquilo que tive oportunidade de testemunhar em ambos os casos, os churrascos por aqui são concebidos e concretizados de modo incompleto, constatação esta suportada pela flagrante ausência de frango.

Um churrasco sem frango? Sim, um churrasco sem frango. Ou melhor, um barbecue, porque utilizar a palavra «churrasco» seguida da expressão «sem frango» é pecado, acho eu. E atenção que estou só a referir-me à justaposição desses três vocáculos na mesma frase, porque, se passarmos do campo das construções frásicas algo hipotéticas para o campo do concreto, efectuar, de facto, um churrasco sem frango é algo tão inconcebível que nem consta das leis fundamentais do churrasco. Um churrasco sem frango é tão absurdo como um churrasco sem cerveja estupidamente gelada, daquela que até dói nos dedos de tão gelada que está.

Bom, não me apetece agora ir mudar o título deste post, porque isso ainda dá algum trabalho - ir lá cima, pôr o curso no sítio certo, carregar no delete e isso tudo -, mas, depois do que acabei de dizer, exige-se uma correcção: afinal, desde que estou a viver aqui, ainda não fui a nenhum churrasco. Quanto muito, fui a dois barbecues.

Wednesday, October 10, 2007

Novo momento do «Edição Extra»

A segunda série do «Edição Extra» só irá para o ar em Janeiro, mas já começámos a trabalhar nela e a testar novos momentos para o programa. Uma dessas experiências baseia-se numa rubrica do «Jimmy Kimmel Live», um talk-show da ABC, e consiste em censurar imagens perfeitamente inócuas de modo a simular que elas precisam de censura. Vejam e digam qualquer coisa aqui ou no blogue do «Edição Extra» para percebermos se o momento tem pernas para andar.

Saturday, October 6, 2007

Quero o mesmo que ela

A mãe e o padrasto da Jennifer estão cá este fim-de-semana e, portanto, ontem e hoje foram dias de percorrer novamente alguns dos pontos mais importantes da cidade. Muitos deles já foram referidos aqui em posts anteriores, mas, numa cidade com esta, há sempre ex-libris novos para visitar. É o caso do «Katz's Deli», um restaurante tipo delicatessen famoso por ter entrado no filme «When Harry Meets Sally», naquela cena em que a Meg Ryan simula um orgasmo à frente do Billy Crystal e depois uma senhora que está noutra mesa diz ao empregado que quer o mesmo que ela comeu.

Estava com medo que, como frequentemente acontece nestes casos, a fama do sítio fosse superior à qualidade. Todavia, a sanduíche de pastrami que pedi foi, de longe, a melhor em que alguma vez já tive oportunidade de pôr o dente. Vale a pena lá ir só por causa do raio da sande de pastrami. O resto não foi especialemente memorável, mas aquela sande... Custa 15 dólares, mas porra... é uma grande sande.

Já os não menos famosos cupcakes da «Buttercup Bake Shop» foram uma pequena desilusão.

Quer dizer, são bons, mas esperava mais de um local onde as pessoas fazem filas que dão a volta ao quarteirão só para comprar um bolinho. A dona desta pastelaria não conta mais comigo para expandir o seu império de cupcakes avaliado em 10 milhões de euros.

Não me parece que ela vá dar pela minha falta, contudo.

Thursday, October 4, 2007

America's obsession

Everyone watches "Jaywalking" on Jay Leno in disbelief. How can Americans be sooooooo stupid?
Let me explain.
When we watch our news, we only hear about the United States. We hear about all the shootings, all the political craziness, all the tainted toy recalls and of course, all the celebrity bullshit.
I couldn't believe when every time I turned on the TV, all I heard about was Anna Nicole Smith. And months after her death, I still hear about her and one news channel reached the lowest depths when it showed pictures of her dead body in a hotel room.
Now, everyone has latched onto Britney Spears and will continue to suck her story dry until they push her to her psychological limits and she jumps off the tallest building in LA. As my Panamanian professor would say, "It's not science rocket" that the girl has some serious psychological problems. But instead of respecting that and giving her space so things aren't worse for her, the media documents every minute and every second of her day. Not only that, but they gleefully report on the fact that she is spiraling out of control.
With all of this celebrity drama taking up a large portion of the news, there is no time for thinking. When all we get fed is mind-numbing garbage from the big black box, are you really surprised that we don't know where Iraq is?

Wednesday, October 3, 2007

Não é para turistas (ou é?)

Comprei isto:
É um livrinho de bolso chamado «Not For Tourists» e é isso mesmo: um guia turístico para pessoas que não são turistas. É claro que grande parte desta estratégia é marketing. Sei bem que eles deram esse nome ao guia para os turistas o comprarem, mas a verdade é que este livro é mesmo aquilo que eu preciso: um guia da cidade sem páginas sobre a Estátua da Liberdade, Central Park ou Empire State Building. No fundo, é um conjunto de mapas detalhados de Nova Iorque com listagens de restaurantes, cafés, livrarias, cinemas, estações dos correios e outras coisas do género em cada zona da cidade. Vai-me dar muito jeito, podem crer.

Monday, October 1, 2007

Ainda não é desta que a E.A.G.L.E. voa

Foi em metade de uma folha fotocopiada, mas pelo menos dignaram-se a responder:

«Dear Writer, thank you for your inquiry. We are sorry that we cannot invite you to submit your work or offer to represent you. Moreover, we apologize that we cannot respond in a more personal manner. We wish you the best of luck elsewhere.
»

Perdida a primeira batalha, agora é reformular a carta de apresentação e enviá-la a mais uns quantos agentes.

Sunday, September 30, 2007

Figos e azeitonas

Sexta-feira à noite andámos uns bons vinte ou trinta quarteirões para cima e para baixo na Lexington, Segunda e Terceira avenidas à procura de um restaurante que nos parecesse interessante. Uns estavam cheios, outros à mosca, uns eram muito barulhentos, outros eram muito caros, enfim, sabem como é. Acabámos por jantar num sítio chamado «Fig & Olive», um restaurante/bar com belíssimo aspecto, especializado em comida mediterrânica e em que cada prato da ementa é criado à volta de um tipo de azeite diferente.

O conceito está bem conseguido, mas cedo a experiência gastronónima se começou a desmonorar, nomeadamente quando eu pergunto que tipo de cerveja têm e o empregado me responde que ali não vendem cerveja; apenas vinho. E isto foi dito - detectei-o eu - com um certo tom de desprezo por esses bebedores de cerveja que, na escala dos apreciadores de bebidas alcoólicas, estão uns degraus a baixo daqueles que bebem vinho.

Seja como for, esteja eu em que degrau da escala estiver, a verdade é que eu não bebo vinho e, portanto, para mim foi água. Mas pronto. Se os problemas tivessem ficado por aqui, tudo bem. A coisa ainda passava porque, afinal, uma noite de abstemia não faz a ninguém. Muito pelo contrário. O fígado até agradece, com certeza. O problema maior foi a qualidade da comida que deixou um bocadinho a desejar e, pricipalmente, a temperatura, que estava naquele ponto entre quente e frio, naquele ponto em que não está suficiente quente para saber completamente bem, mas que também não está tão frio para correr o risco de mandar a comida para trás e arriscar uma cuspidadela ou duas por parte do cozinheiro.

Thursday, September 27, 2007

Honey, it's the ninja!

Staten Island is still reporting incidents with the ninja burglar. I can't help but laugh when I see this story on the news. Nuno gets really excited and runs around the house kicking and jumping. I have no doubt that he would kick the ninja's butt. Although, he still pretends he can't see the cockroaches when I call him over to kill them. His idea: if I can't see it, I don't have to kill it.

Wednesday, September 26, 2007

Nova Iorque - Lisboa - Ponta Delgada

Em Dezembro, vou passar por todos os vértices deste triângulo que é a minha existência. Já recebi a confirmação das reservas na Orbitz e, portanto, aqui fica o plano da viagem: de 12 a 20 de Dezembro vou estar em Lisboa e de 21 a 29 vou estar em Ponta Delgada. Esta brincadeira vai-me custar cerca de 930 dólares o que, se o tal triângulo fosse um triângulo rectângulo, seria o valor do quadrado da hipotenusa ou a soma do quadrado dos catetos. Mas o triângulo está longe de ser rectângulo. Nesta fase da minha vida, é assim tipo escaleno, bastante mais descaído para Nova Iorque. Sendo assim, o Teorema de Pitágoras não se aplica.

Monday, September 24, 2007

E.A.G.L.E.

Por esta hora, a agente literária que decidi contactar já deve ter lido a carta de apresentação que lhe enviei sexta-feira passada. É o primeiro passo daquele que promete ser o tortuoso, demorado e ambicioso processo de publicação dos meus livros nos Estados Unidos.

Aqui, ao contrário de Portugal, ter um agente literário é essencial. Indispensável, mesmo. Sem a mediação de um agente, é praticamente impossível que alguém numa editora chegue sequer a olhar para um manuscrito. Dada a importância e influência que eles têm, não admira que conseguir ser representado por um bom agente seja extremamente difícil, uma vez que, perante a infinidade de escritores que vêm para Nova Iorque tentar a sua sorte, os agentes tendem a manter a sua lista de clientes limitada a autores que lhes pareçam rentáveis. Por aquilo que tenho lido em fóruns de escritores espalhados um pouco por toda a internet, as manifestações de alegria exteriorizadas por novos autores ao verem os seus projectos aceites por um agente são tão exuberantes como se recebessem a notícia que vão ser de facto publicados. E a verdade é que, apesar de ser meio caminho andado, falta o resto: o sim de uma editora. Ter um agente não garante nada, se bem que, com todo o conhecimento que eles têm do mercado, seja um bom indicador da viabilidade do projecto.

No meu caso, esta é apenas a primeira tentativa. Uma espécie de apalpar de terreno para ver que tipo de resposta recebo, até porque se trata de uma tradução e, portanto, as regras podem ser um pouco diferentes. Logo se vê. Quando receber a resposta digo qualquer coisa.

Friday, September 21, 2007

Agora sim, vou ficar a perceber como tudo funciona

Decidi ontem que era importante perceber mais de Economia. Estou farto de ouvir notícias sobre taxas de juro, inflação, mercados financeiros, bancos centrais, quantidade de moeda em circulação, e por aí fora, sem perceber patavina do que se está a passar.

Mergulhei, por isso, na internet à procura de um curso sobre o assunto. De início a coisa não estava fácil. A não ser que quisesse tirar um mestrado numa universidade ou que pagasse dois mil dólares por meia dúzia de aulas num instituto privado - o que, mesmo sem perceber de Economia, me pareceu logo uma medida economicamente inviável -, não se afigurava fácil a tarefa de enriquecer os meus conhecimentos neste campo.

Até que, várias páginas do Google depois, descobri a Henry George School of Social Science, uma escola que se dedica a transmitir os ensinamentos de Henry George, um economista que viveu em finais do século XIX e que era apologista de um regime mais justo em que a riqueza fosse melhor distribuída. Ele é também o autor do livro «Progresso e Pobreza», um dos maiores best-sellers de todos os tempos no que diz respeito a livros sobre Economia.

Claro que pensei logo que o homem era que comunista e que talvez não fosse boa ideia frequentar a escola porque ainda levava com o FBI em cima (e, para isso, já me basta o contrabando internacional de desodorizantes, como expliquei no post anterior), mas não: afinal, as ideias de Henry George não têm nada a ver com comunismo. Mais meia dúzia de cliques pela página da escola e verifico que os cursos de Fundamentos da Economia eram grátis. Melhor: um dos cursos começava precisamente ontem. Os deuses da Economia estavam comigo. Registei-me de imediato e, portanto, às seis da tarde, lá estava eu na Park Avenue para a primeira das dez aulas que compõem o curso. O professor assegurou-nos que ficaremos a saber como o mundo funciona e como circula o dinheiro. Óptimo. Talvez perceba finalmente como pô-lo a circular para a minha a carteira.

Thursday, September 20, 2007

Futebol em inglês

Ver jogos de equipas portugueses comentados por ingleses ou americanos tem o que se lhe diga. Para começar, percebe-se que estamos mesmo numa segunda ou terceira divisão do futebol europeu. Não há cá desculpas para as más exibições. No Milão - Benfica, por exemplo, os comentadores fizeram a ressalva de que estávamos a jogar com duas crianças no centro da defesa que nunca tinha actuado juntos na sua curta vida, mas, depois, disso, massacraram completamente o clube. Que nunca conseguiu recuperar o prestígio alcançado nos anos 60, que só por sorte não saiu de San Ciro com uma cabazada por sete ou oito, que não se compreende como uma equipa pode ter chegado à Liga dos Campeões a jogar daquela maneira, e por aí fora.

Mas, pronto... Se se conseguir superar o nervoso miudinho que dá ouvir estas coisas e a vontade de ir às trombas dos comentadores, é possível ouvir tiradas preciosas. Como esta, por exemplo, a respeito do Cardozo e daquele falhanço escandaloso durante o jogo: «You can't get much for nine millions these days». Ou esta, depois de ver o Liedson atirar-se para o chão meia dúzia de vezes e tentar pontapés acrobáticos quando podia chegar lá com a cabeça: «He does have a flare for the dramatic, doesn't he?».

Monday, September 17, 2007

Novo update sobre cereais e desodorizantes

Quando eu pensava que o assunto já estava resolvido, que já tinha finalmente escolhido a marca de cereiais de pequeno-almoço que ia passar a consumir, como aliás já expliquei num post lá para trás, eis que, num impulso de preocupação com o bem-estar e a saúde, me lembro de ler a composição do produto e verifico que se comesse a caixa talvez ingerisse uma coisa com mais nutrientes e menos açúcar. Sendo assim, vi-me obrigado a repensar toda esta questão e voltar à estaca zero. Desta feita, contudo, o critério de selecção estava ainda mais exigente: continuava sem querer aquelas coisas com bifidus activos, aloé vera e outras porcarias do género, mas queria encontrar uma marca de cereais com alguma substância. Felizmente, encontrei isto:

Uma tigela desta cena, e ingiro a dose diária recomendada de praticamente todas as vitaminas à face da Terra. Até me sinto com mais energia só de pensar nisso. Agora... há um problema: não tem chocolote. E, sem chocolate, já se sabe que não levo uma colher disto à boca. De maneira que vai daí e pus a cabeça a pensar, que é para isso que ela serve. Com a embalagem debaixo do braço, dirigi-me à prateleira dos bolos e doçaria e comprei um pacote de pepitas de chocolate, daquelas para pôr em bolachas e isso. Resultado: uma delícia. Uma injecção de vitaminas com gosto a chocolate, como mandam as regras.

Portanto, quanto aos cereiais, acho que está o caso encerrado. Já em relação ao desodorizante, a situação é bem mais delicada. Tanto que já baixei os braços e desisti de encontrar um bom desodorizante americano. A certa altura pensei que tinha conseguido, mas com o passar do tempo e a constatação de que as minhas T-shirts estavam a ficar brancas na zona dos sovacos, resolvi pedir à minha à minha mãe para me enviar uma remessa de desodorizante de Portugal. É uma parvoíce? Sim, um bocadinho, mas é da maneira que não me chateio mais com isto durante uns tempos. Quer dizer, não me chateio se não me prenderem por contrabando internacional de desodorizante. «Ouça lá, não me diga que estas setenta e cinco embalagens de desodorizante são todas para consumo próprio, que eu não acredito». Em princípio não deve acontecer (até porque não pedi setenta e cinco embalagens de desodorizante; esse número foi só para criar efeito dramático).

Sunday, September 16, 2007

Jantar e copo numa noite fria no Soho

Aqui em Nova Iorque come-se fora com alguma frequência. Faz parte do estilo de vida e a oferta é imensa. Eu a Jennifer, como nova iorquinos que somos, ou queremos ser, também o fazemos, normalmente em dias em que nenhum de nós tem paciência para cozinhar. Na maior parte das vezes, exploramos os restaurantes aqui ao pé de casa, mas, em ocasiões especiais, escolhemos um destino com mais cuidado.

Foi o caso de ontem. Para celebrarmos o primeiro cheque da Jennifer no novo emprego, decidimos revisitar o Bistro Les Amis um restaurante no Soho onde tínhamos ido quando viemos de férias a Nova Iorque há cinco ou seis anos atrás. Nessa ocasião, aquilo estava quase por nossa conta, mas ontem, talvez por ser sábado, ou apenas porque o restaurante ficou entretanto na moda, estava à pinha. Ainda bem. Se há coisa que detesto é jantar num restaurante vazio.

Pedi uma sopa de cogumelos como entrada, a Jennifer escolheu a sopa de alhos de franceses. Depois, decidimo-nos ambos pelo filet mignon com cebolas caramelizadas em conhaque em molho bernaise - que, mesmo estando bastante bom, era inferior ao bife com maçã caramelizada do Forno, em São Miguel - e dividimos um crème brulée (que é diferente de leite condensado porque... hã... bom, porque estávamos num restaurante francês). Bebi duas Heinekens e a Jennifer dois copos de Merlot. Total: 118 dólares (140 com gorjeta).

Após o jantar, e enfrentando o frio de rachar que ontem se abateu sobre a cidade sem se perceber muito bem porquê, fomos à procura de um bar no Soho para tomar um copo. Encontrámos um daqueles bares minimalistas todos brancos - se bem que este tinha umas fluorescentes púrpuras a pontuar a imaculada alvura. Estão a ver o género de bar de que estou a falar, certo? É aquele género de bar com objectos espalhados pela sala que se só percebe que são bancos porque estão ao pé de mesas que só se percebe que são mesas porque têm bebidas em cima. Seja como for, outra Heineken para mim, e um cocktail com não sei o quê para Jennifer. Total: 16 dólares (20 com gorjeta).

Com esta brincadeira, lá se foram quase duas dezenas de dólares. Mas, hey: quantas vezes é que se recebe o primeiro cheque num novo emprego?

Thursday, September 13, 2007

Boca d'ouro

É mais ou menos pacífico que os melhores beatboxers são americanos, mas descobri há pouco tempo no Youtube um vídeo que parece querer contradizer esta opinião generalizada. É a audição de um concorrente francês para um daqueles concursos de talentos. É impressionante a quantidade de sons que ele consegue fazer ao mesmo tempo. Vejam isto.

Tuesday, September 11, 2007

Hoje é 11 de Setembro

Hoje é 11 de Setembro, mas não me apetece escrever sobre terrorismo, Bin Laden e a sua nova barba, Ground Zero, teorias da conspiração absurdas, nem nada disso. Contudo, e porque tenho consciência de que sendo este blogue sobre a minha vida em Nova Iorque era obrigatório escrever um post sobre este dia, direi apenas o seguinte: hoje é 11 de Setembro; amanhã, se tudo correr conforme o planeado, será 12.

Sunday, September 9, 2007

O problema é que as estatísticas valem o que valem

Na semana passada, um homem morreu depois de ter levado um tiro na cabeça na estação de metro aqui ao pé de casa. Entretanto, leio hoje que a taxa de crimininalidade violenta em Nova Iorque regista míninos históricos e que esta cidade é hoje em dia a mais segura do conjunto das dez maiores cidades dos Estados Unidos. Leio também que dos cerca de 540 homicídios registados aqui no ano passado, apenas 17 por cento tiveram lugar em Queens, o que é um valor bastante baixo tendo em conta que este é o segundo mais populoso dos cinco boroughs (quase com o mesmo número de habitantes do que Brooklyn que, já agora, regista cerca de 39 por cento dos casos de homicídio em Nova Iorque).

Face a estes dados, não sei o que fazer: sentir-me seguro ou temer pela vida. É que, isto das estatísticas é muito bonito, mas aquela estação de metro fica a dois passos da minha casa.

Thursday, September 6, 2007

If Nuno were a dog...

How many agree that if Nuno were a dog, he would look like this?

Monday, September 3, 2007

Um Guronsan, se faz favor

Jantar num restaurante mexicano com uns amigos da Jennifer, margaritas com fartura, um copo num bar depois do jantar e a noite a terminar na Brooklyn Promenade a admirar Manhattan de madrugada. Valeu bem a ressaca do dia seguinte.

(a foto não é minha, mas é mais ou menos isto que se vê da Brooklyn Promenade às três da manhã)

Friday, August 24, 2007

Extras

O Ricky Gervais é um dos meus grandes ídolos da comédia. O «The Office» é simplesmente uma das melhores sitcoms de todos os tempos e é incrível como ele conseguiu manter o nível com o «Extras», outra obra prima cuja segunda série acabei de ver há pouco.

Normalmente, quando vejo uma sitcom ou um sketch de que gosto, sinto sempre uma pontinha de inveja por não ter sido eu a fazer aquilo. No caso do Gervais, isso não acontece, tal é o grau de genialidade. Sei bem que há certas coisas que só estão ao alcance de alguns, como a escrita do Saramago, para dar outro exemplo, e isso é de certa forma libertador, porque me permite apreciar a obra de modo muito mais descomprometido.

Já tinha visto alguns episódios do «Extras» e desde logo percebi que aquilo era algo especial. Agora que vi todos os episódios mantenho a opinião. Contudo, não me vou estender aqui em elogios. O que vos queria mostrar é um dos extras do DVD, uma peça demente que mostra como é o ambiente de trabalho na sala de edição com o Ricky Gervais e as figuras que ele obriga o editor a fazer. Parece um sketch, mas não é. É mesmo a sério.





Sunday, August 19, 2007

Três anos

É realmente impressionante como o tempo passa. Parece que foi ontem que vomitei no parque de estacionamento com uma intoxicação alimentar minutos depois de me casar e, afinal, faz hoje precisamente três anos que isso aconteceu.

Saturday, August 18, 2007

Open invitation.

Hey! Before you know it, we'll have been living in New York for a year. Yes, one year. Hmmm. And let me count how many people from across the big pond have come to visit? Uh, yeah. Lemme see. Oh. That's right. NONE.
Come on people, you have a free place to stay in New York City. It takes 10 minutes at the most to get to midtown Manhattan on the subway. You could throw dollar bills out of the window just for fun with the way the Euro is at the moment. What are you waiting for?
Well, before I get myself in trouble, let me make some ground rules. We have to know you and like you before you can come stay with us. You can't just be a fan of the blog or a friend of a friend of a friend or something. This might seem obvious, but you would be surprised how people you don't know invite themselves to crash on your couch when you live in New York City.
Also, please come in pairs. A trio would work, but it will be a little crazy. More than three is probably against the New York City fire code or something.
Anyway, I really miss all of you from Sao Miguel and hope to see you next summer! Or before that, if you want to come for a visit. Wink wink.
And where are my brothers?? I am sure that they can break some poor American girls' hearts within a week.
Ok. That's it. It's an open invitation and we hope to see you soon!

Thursday, August 16, 2007

Isto sim é Whale Whatching

Em cinco horas no mar vi três espécies diferentes de baleias e ainda alguns golfinhos de bónus. Infelizmente, devido ao delay da minha câmara, esta foi a única fotografia em que consegui apanhar alguma coisa.

Monday, August 13, 2007

O dia em que estive bem pertinho do George Bush

Bem, também não foi assim tão pertinho quanto isso. Não tive de me ir desinfectar a seguir nem nada. Simplesmente estivemos os dois na mesma vila, Kennebunkport, onde o Bush tem uma casa de férias na qual recebeu, precisamente quando lá fomos, parece, o Sarkhozy.

Ora, de Kennebunkport a Wells, onde eu a Jennifer ficámos hospedados nos primeiros dias aqui no estado do Maine, distam mais ou menos umas dez milhas. É uma zona do país interessante, mas totalmente turística, uma espécie de Algarve cá do sítio, totalmente diferente das Catskill Mountains, a nossa primeira paragem nestas férias. Para já, aqui estamos na costa rodeados de praias e nas montanhas estávamos, como é lógico, nas montanhas; depois, nas Catskills não havia praticamente ninguém e aqui é turistas por todo o lado; e por fim, o nosso hotel nas montanhas comparado com aquele em que ficámos instalados nos primeiros dias aqui no Maine era um luxo. Comparar um com o outro é, como costuma dizer o Dionísio, «comparar merda com pastéis de nata». Chamava-se «Wells-Ogunquit Resort», mas de «resort» só tinha mesmo o preço. As pessoas eram simpáticas, mas a simpatia não faz desaparecer o cheiro a mofo no quarto nem a falta de gosto extrema que inundava o complexo como um tsunami. E, quer dizer, se meia hora a andar é uma «curta distância da praia», vou ali e já venho. Felizmente, agora estamos noutro hotel, na cidade de Ogunquit, este sim a curta distância da praia. Muito melhor, graças a Deus.

P.S.: para compensar o facto de termos estado perigosamente perto do George W. Bush, a Jennifer arranjou um cartaz de campanha do Barack Obama e colocou-o no nosso carro. Acho que deve ser suficiente para afastar o perigo de contaminação.

Sunday, August 12, 2007

«Welcome to the Catskills»

A viagem da Pensilvânia até às Catskill Mountains demorou bem mais do que estávamos à espera. Umas três ou quatro horas mais, pelo menos. Saímos de lá por volta das dez e meia e chegámos ao nosso destino já depois das sete da tarde. Pelo caminho, alguns desvios, como aquele que fizemos para ir a uma pequena cidade chamada Cuba à procura de um restaurante que nos foi aconselhado pela mãe da Jennifer e que – olhem a sorte – estava fechado para almoço precisamente naquele dia.

Apesar de longa, a viagem correu sem problemas. Eu estava com medo que o carro novo empanasse no meio de uma estrada qualquer, mas nada disso. Portou-se lindamente. Ali, afinadinho. Lindo menino.

Quando chegámos ao hotel, a recepcionista aconselhou-nos logo a ir jantar o mais rapidamente possível porque os restaurantes fechavam todos às oito. Este aviso foi rematado com um encolher de ombros e com uma expressão irónica que ela viria a repetir várias vezes no dia seguinte: «Welcome to the Catskills», como quem diz «Querem o quê? Vieram para o fim do mundo, agora amanhem-se».

O hotel em si era, digamos, diferente. Este era o nosso quarto:

Não é propriamente o que seria de esperar no meio das montanhas numa localidade com duas dúzias de casas, mas apreciei o estilo e a coerência. Também apreciei, com alguma surpresa até, o facto de haver um leitor de DVD no quarto e um colecção considerável de filmes na recepção à disposição dos hóspedes. Cedo percebi porquê: não havia, de facto, muito para fazer fora do hotel depois das nove da noite. «Welcome to the Catskills».

E também não havia muito para se fazer durante o resto do dia, diga-se de passagem. Estávamos num daqueles locais para repouso total, o que foi bom por dois dias, o tempo que lá estivemos, mas depois ia começar a fartar, de certeza absoluta.

A única actividade outdoor que acabámos por fazer, e na impossibilidade de alugarmos bicicletas, foi fazer uma caminhada nas montanhas. Ora, eu sei que muita gente considera as caminhadas uma actividade menor e que há até quem ache que elas são aborrecidas, mas, naquela zona, uma caminhada pelas montanhas tem um condimento especial que a torna bem mais radical: a possibilidade de dar de caras com um dos 450 ursos que vivem nas Catskills. Teria sido emocionante, não há dúvida, mas não encontrámos nenhum (reparem na honestidade com que escrevo estes posts: eu podia muito bem inventar uma bela história sobre como encontrei um urso nas montanhas que vocês não teriam outro remédio se não acreditar, mas escolhi não o fazer).

Bom, por falar em ursos, o gajo que classificou aquele trilho como «de dificuldade moderada» é que era um grande urso. Se aquilo era moderadamente difícil, eu nem sequer quero saber o que ele considera mesmo difícil. O que vale é que a distância não era muito grande. Estamos aqui a falar de um trilho com uns três quilómetros, mais centímetro, menos centímetro, porque, se fosse uma coisa mais comprida, acho que não chegava lá acima.

Cá está a foto que tirei no momento em que conquistei as Catskill Mountains (não é um postal - se não vos menti sobre o urso, também não ia mentir sobre isto).

Mais tarde, fomos até Woodstock. Sim, o Woodstock verdadeiro, o do festival. Eu não sabia, mas estávamos bem perto e, por isso, decidimos ir lá ver como é que aquilo era. Não vi ninguém a fumar nada de cariz psicotrópico, mas de certeza que eles andavam por lá. Aquilo é um paraíso hippie, como estas fotos demonstram:

Em relação a esta última chapa, a pergunta que se impõe é a seguinte: o que faz uma imagem de George W. Bush no meio de bandeiras do Jimi Hendrix? Não faço a menor ideia, mas é a dica ideal para o post que, se tudo correr, escreverei amanhã e que se vai chamar: «O dia em que estive bem pertinho do George Bush».

Monday, August 6, 2007

O meu carro e, já agora, outras coisas

Hoje de manhã fomos tratar do registo do nosso carro. Acabou por ser bastante simples, mas nem vos vou contar o calvário por que passámos nas últimas semanas para perceber o que era preciso fazer. Normalmente este procedimento não tem ciência nenhuma, mas, como queremos levar o carro para Nova Iorque, tudo se complicou. Os problemas que daí advieram para segurar e registar o carro foram tantos que me parece que mudar de país é mais fácil do me mudar de estado aqui nos Estados Unidos.

Seja como for, o veículo já está registado e, apesar de estar só no nome da Jennifer, esta máquina que podem ver na fotografia que se segue é oficialmente o meu primeiro carro, o que não deixa de ser um bocado triste uma vez que só consegui comprar um automóvel aos 32 anos de idade.

É feio como o raio, eu sei, mas por 800 dólares queriam o quê? Um Aston Martin? O facto de andar já é uma grande coisa. Não, parece até que o carro está em boas condições. O pai da Jennifer esteve a trabalhar nele nos últimos dias e hoje à tarde fomos mudar os pneus, uma actividade tipicamente masculina que certamente criou laços entre nós para toda a vida. Eu não percebo patavina de carros, nem mesmo de mudar pneus, mas quem me visse hoje naquela oficina a manusear macacos e berbequins pneumáticos poderia até ficar com a ideia de que eu era mecânico de Fórmula, tal a perícia demonstrada na tentativa de impressionar o meu sogro.

Reparei também que ele me submeteu a um pequeno exame de condução. Eu nem sequer posso conduzir, porque preciso de ter uma carta de condução americana, mas não pude dizer que não quando ele me entregou a chave e, apesar de nunca ter conduzido antes um carro com mudanças automáticas, correu tudo bem. Pelo menos não o deixei ir abaixo (cá está: mais uma brilhante piada).

Bem, por falar no meu sogro, lembrei-me há bocado que nunca cheguei a deixar aqui nenhuma fotografia da casa dos pais da Jennifer e, como estava com a máquina fotográfica lá fora, tirei uma chapa para visualizarem o cenário.

Mais americano do que isto é impossível. E este é o Kohl, o feroz rottweiler cá da casa:

Quer dizer, não é assim tão feroz quanto isso... Na verdade, já vi caracóis mais violentos do que ele. Mas é grande, o bicho. Assusta. Pelo menos até ele se sentar ao nosso lado e pôr a cabeça a jeito para umas festinhas.

Sunday, August 5, 2007

Autocarro vs. Avião

Já estou na Pensilvânia e o que há a dizer é que, apesar de tudo, vir de Nova Iorque até aqui de avião é bem melhor do que vir de autocarro. Esta afirmação, à primeira vista evidente, não é, contudo, proferida de ânimo leve e quem se dê ao trabalho de prestar atenção à construção frásica da oração reparará que a utilização da expressão «apesar de tudo» denota que nem tudo correu bem nesta viagem.

O primeiro senão foi o transporte para o aeroporto. O nosso voo saía do JFK Airport que, apesar de ser em Queens, é nos confins do Queens. As opções eram duas: táxi ou metro. Ora, ir de táxi teria sido, como é óbvio, muito mais rápido. Contudo, a viagem custar-nos-ia cerca de 45 dólares o que, já sendo um tanto ou quanto absurdo em si mesmo, se torna ainda mais ridículo quando se tem em consideração que o nosso bilhete de avião custou 64 dólares. Estamos, portanto, a falar de uma viagem de táxi para o aeroporto que por pouco não custa o mesmo que a passagem de viagem.

Sendo assim, e por uma questão de coerência, já que apanhar um táxi não deve custar o mesmo que apanhar um avião, decidimos ir de metro. O problema é que tínhamos de estar no aeroporto às seis da manhã, o que implicou acordarmos às quatro e meia para acabarmos de fazer as malas e enfrentarmos uma viagem de metro de uma hora e meia. Mas pronto. Foi uma opção consciente. E, agora que já passou, estou contente por a ter tomado porque posso gastar os 45 dólares poupados num jantar de lagosta quanto estivermos no Maine.

O segundo senão foi a confusão do terminal de check-in da JetBlue. Quanto saí do AirTrain - um conveniente shutle que liga o paragem de metro de Jamaica ao JFK Airport, reparei que havia uma fila que vinha até à rua num dos balcões. Nem me dei ao trabalho de desperdiçar energia a desejar que aquela fila não era para a JetBlue. Eu sabia que sim.

E era mesmo. A fila era tão grande que cedo percebemos que perderíamos o nosso voo se ficássemos ali. Avançámos por isso até ao interior do terminal e fomos até aos Special Services. A fila aqui era também demasiado longa mas, já quase na hora do voo, alguém chamou os passageiros cujos aviões estavam para sair e lá despacharam a nossa bagagem, juntando-a a um monte de outras malas de pessoas na mesma situação.

O voo em si foi fenomenal. Uma horita de viagem num avião confortável, com televisão individual por satélite e com bom serviço de snacks e bebidas. Não se pode pedir mais. O maior problema acabou por ser a chegada. Eu tinha um pressentimento que a nossa bagagem se ia perder no meio da desorganização do terminal de check-in em Nova Iorque e, meu dito, meu feito: a minha mochila chegou ao destino, mas a mala da Jennifer ficou atrás. Felizmente, a queixa foi registada com algum profissionalismo e asseguraram-nos que a mala seria entregue aqui em casa dos pais dela num período de oito horas. Isto passou-se pouco depois das dez da manhã. São agora onze da noite. Estamos ainda à espera. Telefonaram há bocado a dizer que vão entregar a mala por volta da meia noite. Apesar de tudo, não está mal.

Resumindo, o que há a dizer é que, apesar de tudo, vir de Nova Iorque até aqui de avião é bem melhor do que vir de autocarro.

Saturday, August 4, 2007

Música para férias

Esta playlist promete ser a banda sonora das minhas férias. Música para todas as ocasiões, a começar por uma que é, de longe, a minha favorita do momento. Aliás, já há muito tempo, desde o «The Final Countdown» dos Europe e do «Morena, Morenita» do Marco Paulo, não tinha uma música favorita tão evidente. São os Walkmen, com o tema «Rat».



Para estados de espírito completamente diferentes, segue-se o «Breathe», da Sia, música que, como alguns se lembrarão, serviu de base para os cinco minutos finais do úlitmo «Six Feet Under», aqueles que foram, sem sombra de dúvida, os cinco minutos mais brilhantes da história recente da televisão (quem viu, sabe bem do que estou a falar e aviso já: oiçam esta música com cautela porque ela pode provocar melancolia e até alguma tristeza).



Para animar as coisas mais um bocadinho, proponho agora The Knife, com este «Heartbeats». Os mais atentos, reconhecerão, porventura, os acordes desta música. Na verdade, ela é o original de uma versão que serviu de base para aquele grande anúncio dos novos televisores da Sony em que milhares de bolas coloridas são libertadas nas ruas de São Francisco (já agora, para quem estiver interessado, esse anúncio pode ser visto aqui)



Ainda no campo das vozes femininas, sugiro de seguida uma banda aqui de Nova Iorque que me faz lembrar os Lush, um dos meus prazeres de adolescente. São os Blonde Redhead e a música chama-se «23», mas em inglês (que grande piada, pá!).



Por falar em ídolos da adolescência, é inegável que há qualquer de Sisters of Mercy nos She Wants Revenge, de quem gosto bastante mas acho que ainda falta qualquer coisa para serem muito bons. Para já, e para mim, são apenas bons. Contudo, este «These Things» é uma grande malha e tem um refrão bastante curioso, para maiores de 18 anos, claramente.



Outra banda de Nova Iorque, acho eu, são os LCD Soundsystem. Não sou fanático por eles, como parece que é preciso ser hoje em dia para se ser considerado cool, mas adoro este «All My Friends». Curiosamente, comecei por gostar desta música através da versão dos Franz Ferdinand e, na primeira vez que ouvi o original dos LCD Soundsystem, não fiquei nada convencido. Parecia que a música não desenvolvia, que estava sempre a pedir uma nova mudança, uma passagem de caixa. Contudo, mais duas ou três audições e comecei a ficar viciado nesta terceira esticada.



Para terminar, duas músicas que me lembram logo férias, não pelo conteúdo das canções em si, mas pelas recordações que me trazem: «Toxicity» dos System of Down e, para não acabar com vontade de partir tudo ao pontapé, o grande, o fenomenal, o eterno «Unfinished Sympaty» dos Massive Attack.