Tuesday, March 31, 2009

Dicotomias da crise

Yupi! A minha renda aumentou 50 dólares! Que bela notícia... A economia está toda escafiada, o preço das casas está a descer mais depressa que as possibilidades de Portugal chegar ao Mundial da África do Sul, mas as rendas em Nova Iorque... ah, essas continuam a subir! Mais 600 dólares por ano. Porque não?

Entretanto, e por falar em economia, os juros da nossa conta a prazo aqui nos Estados Unidos que, por esta altura no ano passado, eram de 1,33%, agora baixaram para 0.02%. De 1,33% para 0,02%... Mais vale mesmo meter o dinheiro debaixo do colchão. A culpa? É da crise, pois claro. Hoje em dia, a culpa é sempre da crise.

Sunday, March 29, 2009

Um mês inteiro para recuperar a forma

Só hoje, mais de um mês depois de não ter ido ao ginásio durante uma semana quando estive de férias, é que consegui correr 5Km em menos de 28 minutos, como estava a fazer dantes (não é tempo olímpico, mas para quem tinha de ir à baliza depois de dar uma corrida num jogo de futebol porque não conseguia respirar, já não está nada mal).

Sunday, March 22, 2009

O que se tem passado

Não há desculpa absolutamente nenhuma para a forma desleixada com que tenho tratado este blogue nas últimas semanas. É uma vergonha total a inexistência de novos posts aqui colocados, tanto mais que não é por falta de coisas para dizer. Em jeito de resumo, aqui ficam então as ocorrências mais importantes desde que vim de férias:

- O Alexandre e a Paula estiveram cá em casa. Foi excelente tê-los aqui e, apesar da minha disponibilidade não ser total para andar com eles de um lado para o outro, ainda fizemos umas jantaradas valentes, das quais destaco a celebração dos anos do Alexandre no Brick Cafe. É sempre bom rever amigos e recebê-los em nossa casa, mesmo que essa casa seja um minúsculo apartamento em Queens. Mas deu para todos. Quando os hóspedes são da qualidade desses dois, tudo se arranja sem stresses. Abraços para ambos!

- Em termos profissionais, este tem sido um período de alguma turbulência. Após três anos e tal no ar, se não me engano, o «Memória de Elefante» chegou ao fim e isso obrigou a uma reestruturação da empresa, já que esse programa tinha um grande peso na nossa organização interna. Contudo, e após algumas decisões difíceis que tivemos de tomar, as coisas estão controladas e eu continuo a achar que este ano de 2009 vai trazer-nos muitos e bons projectos.

- O meu curso de cinema está a correr bastante bem. Gosto do meu professor e dos meus colegas (apesar de haver um que cheira mal dos sovacos), e este fim-de-semana estive a fazer as minhas primeiras filmagens. Não faço a menor ideia do que vai sair dali, mas o prazer de filmar em película é algo difícil de explicar, mesmo quando se trata apenas de sacar planos aleatórios de um jardim, como foi o caso. Mais daqui a umas semanas vou ter de filmar uma coisa mais elaborada e já tenho algumas ideias para o que quero fazer. O problema é que, nesse projecto final, a escola não paga o filme e a revelação. Temos de ser nós a desembolsar essas despesas e aquela merda é cara à brava. Vai ter de ser um filmezinho bem curtinho, portanto.

Sunday, March 1, 2009

Tirando a aventura no aeroporto que fui relatando aqui mais ou menos em tempo real

Os dias de férias no México foram fenomenais. Aconselho vivavemente o destino a todos os que queiram apanhar sol, mas que ambicionem mais do que passar dias a esturricar numa praia. Há muito para fazer e ver na Península do Iucatão, tanto que, na verdade, seis dias foram poucos. Deixámos algumas coisas de fora, nomeadamente a visita quase obrigatória a Chichén Itzá. Houve que fazer opções, e, como esse importante local arqueológico ainda fica a três horas de distância, preferimos não gastar, entre idas e vindas, seis horas de um valioso dia. Visitámos, contudo, as ruínas de Tulum e de Cobá e, se as primeiras não me impressionaram por aí além, já as segundas são um local mágico. Primeiro, porque, para lá chegar, é preciso passar por uma estrada que atravessa uma verdadeira vila maia, e, segundo, porque as ruínas propriamente ditas ficam literalmente no meio da selva, o que transmite àquilo tudo uma atmosfera muito genuína. Se não fosse pelas hordes de turistas, dir-se-ia que era possível recuar na história e sentir o que sentiam os habitantes daquela localidade 600 ou 700 anos a.C. (foi aí que subi à pirâmide de Nohoch Mul armado em Indiana Jones e depois me vi à rasca para descer porque me lembrei que tinha vertigens).

Outra experiência inesquecível foi o snorkeling numa espécie de lagoa subterrânea, a que os mexicanos chamam de cenote. Há inúmeros cenotes por ali, e nadar por meio de cavernas cheias de água e rios subterrâneos, apreciando as formações geológicas que se foram criando ao longo dos séculos por cima e por baixo de água é algo praticamente indescritível. A Jennifer ia-se borrando de medo porque não se sente muito confortável na água, muito menos ao escuro, mas, no dia seguinte, para compensar, aceitei ir com ela fazer parasailing. Nessa ocasião, fui eu que me ia borrando todo. Ela estava na boa, ali toda relaxada no páraquedas, a não sei quantos metros de altura, olhando para baixo, acenando para o pessoal do barco que nos estava a puxar; eu, por mim, estava retesado, sem abrir a boca. Agarrei-me com tanta força aos cabos que até fiquei com dores nas mãos. Jurei para nunca mais.

A cidade que escolhemos para o nosso centro de operações, Playa del Carmen, tem duas faces: por um lado é um local demasiado turístico, por outro, é suficientemente grande para se poder explorar as secções não turísticas e entrar um pouco mais no México real. A 5ª Avenida, por exemplo, polvilhada de restaurantes, bares e lojas é como um parque de diversões feito a pensar nos turistas - uma espécie de Mexicolândia, onde um taco que deveria custar 9 ou 10 pesos, custa 30 ou 40. No entanto, se se andar uns quarteirões até à 30ª Avenida (não existem vinte e cinco avenidas pelo meio: na Playa del Carmen, os números das avenidas vão de cinco em cinco), é possível encontrar restaurantes pitorescos, frequentados por uma mistura de locais e alguns turistas, onde se pode provar comida verdadeiramente mexicana a preços muito acessíveis (aconselho o Los Amigos - as melhores Margaritas que alguma vez bebi).

O tempo esteve sempre fantástico, à excepção de um dia que esteve meio encoberto, mas há uma coisa que nenhuma agência de viagens vos vai dizer e que tem alguma relevância quando se vai de férias nesta altura do ano a estas latitudes: o Sol põe-se por volta das 5:30. Não é como no Verão que se pode estar até às 8 ou 9 da noite a trabalhar para o bronze. Na nossa praia, esse era um factor ainda mais impactante porque, como ela ficava virada para Este, a partir das 4:30 já o Sol estava atrás das palmeiras e a maior parte da praia ficava à sombra. O que fazer? Ir para um bar à beira-mar beber Coronas, pois claro. Esse era o nosso ritual ritual diário: beber Coronas na praia e, depois, continuar a beber Coronas no bar do terraço do nosso hotel a ver o pôr-do-sol.

Ah, como foi bom... Acho que foi das melhores semanas de férias que já tive. Conto pôr aqui umas fotos em breve - nada de artístico, porque eu nem sequer levei a minha câmara; levámos só a pequenina da Jennifer.