Friday, January 30, 2009

Arriba!

Não vai ser nem Havai, nem Bahamas: afinal vamos ao México. O Havai é um bocado longe de mais para aproveitarmos bem a viagem nos poucos dias que temos disponíveis agora em Fevereiro, e as Bahamas deixaram de me interessar quando comecei a investigar melhor o arquipélago. Sendo assim, e querendo nós um destino com praia para fugir às temperaturas negativas do Inverno aqui em NY, o México foi surgindo como uma possibilidade interessante.

Normalmente marco este tipo de férias em pacotes de viagem + hotel para não me chatear muito, mas, desta vez, decidi fazer a coisa à moda antiga e comprei tudo em separado. A maioria dos pacotes disponíveis só incluíam estadias em resorts, e eu não sou grande adepto de resorts porque me parece que ficar numa coisas dessas é mais ou menos o mesmo em qualquer parte do mundo (isto para não falar nas hordes de famílias e crianças a correr aos berros de um lado para o outro). Prefiro muito mais ficar num hotel mais pequeno, num local onde haja algum movimento e coisas para fazer, e partir daí para explorar as redondezas. É por isso que, horas e horas de buscas na internet depois, centenas de críticas e comentários a hotéis depois, reservámos um quarto no Hotel Cielo, na Playa del Carmen, que parece ser muito bom para o preço que pagámos (79 dólares por noite). Com o dinheiro poupado na estadia, alugámos um carro para os seis dias que vamos lá ficar o que, para além de nos dar a possibilidade de percorrermos a Riviera Maya de cima abaixo, acaba por ficar bem em conta porque vamos no nosso Ford Ka alugado do aeroporto de Cancún para a Playa del Carmen, em vez de termos de pagar por esse transporte que, no fundo, contas feitas a ida e regresso para duas pessoas, ficava quase ao mesmo preço do que o total do rent-a-car.

Ah... Mal posso esperar pelo dia 16 de Feveiro... Até lá, resta-me olhar para fotografias:

Wednesday, January 21, 2009

Se a Criâneo fosse americana

Ontem agarrei nas tabelas da Writers Guild of America, a associação que estabelece os pagamentos mínimos para qualquer trabalho de guionismo nos Estados Unidos, e comecei a fazer contas para tentar descobrir quanto teria a Criâneo facturado no ano passado se a empresa fosse americana.

Para este exercício de pura curiosidade masoquista, apenas contabilizei os nossos três projectos principais de 2008: o Disney Kids, o Memória de Elefante e o Edição Extra. Deixei de parte os outros trabalhos mais pequenos que fomos realizando ao longo do ano e nem sequer calculei o valor de tarefas como a presença em gravações ou a assistência em pós-produção, que aqui são pagas e que em Portugal nem pensar.

De qualquer modo, e mesmo sem contar com isso, teríamos facturado o seguinte: $451.000,00 dólares. Eu repito, desta vez por extenso: quatrocentos e cinquenta e um mil dólares.

Significa isto que, mesmo depois de pagar o ordenado à Rita, a guionista que trabalha connosco e que teria um substancial aumento, como é lógico, eu, o Bruno e Dionísio podíamos ficar a receber, vamos lá, dez mil dólares por mês que ainda nos restava dinheiro ao final do ano.

Escusado será dizer que a minha vida seria bem diferente.

Tuesday, January 20, 2009

Barack Obama

O que posso dizer é que esta é uma boa altura para estar a viver nos Estados Unidos. Sente-se no ar um entusiasmo generalizado e, apesar da crise, as pessoas andam pelas ruas com um sorriso aberto. Não sei quanto tempo isso vai durar, mas é como se os americanos estivessem a carregar no botão de reset para começarem de novo depois de um crash no Windows. Os últimos anos da história deste país foram muito maus, mas, agora, parecem ter tido uma razão de ser: eles prepararam o caminho para o que está a acontecer. O George W. Bush fez tanta merda que criou a inevitabilidade de uma mudança radical, e esse mérito não lhe pode ser negado.

Hoje, ao ver a tomada de posse do Barack Obama, tive a plena consciência de que estava a assistir a uma página da História a ser virada. Não sei o que vem a seguir, mas o acto de virar a página já é um bom sinal em si mesmo.

Saturday, January 17, 2009

Finally!

Well, I saw my first famous person in New York. He's not internationally famous, and maybe not even extremely famous here, but he is on TV every night and has his own show, so it counts in my book.

Sighting information:

Time: 3 p.m.
Location: Hole in the wall coffee shop Lexington Avenue
What he ordered: Spiced Chai Latte
What I said: Are you Keith Olbermann?
What he said: Yes, I am.

Monday, January 12, 2009

Efeméride pessoal

Hoje faz dois anos que cheguei a NY.

Thursday, January 1, 2009

Trinta e três passagens de ano depois

Depois de concluirmos que, juntando as minhas trinta e três passagens de ano às vinte e nove da Jennifer, apenas se aproveitavam umas quatro ou cinco, este ano decidimos ficar em casa. A isso ajudou também, não o nego, o facto de eu estar meio doente e de estarem 10 graus negativos lá fora, o que invalidou, à partida, uma passagem de ano na rua. Sendo assim, e em vez de gastarmos 150 ou 200 dólares por cabeça só para entrarmos numa discoteca (onde, muito possivelmente, como aconteceu no ano passado, mal nos conseguiríamos mexer tal a densidade populacional), preferimos poupar essa verba e divergi-la para o nosso fundo de férias. Costa Rica no Verão e Bahamas em Fevereiro eram os nossos planos, mas, ontem, começámos a considerar um upgrade e, em vez das Bahamas, passar uma semana no Havai. Não é muito mais caro e, quer dizer, é o Havai. O Havai!

Grande parte da nossa noite foi, pois, passada a pesquisar sites de viagens à procura de hotéis, viagens ou pacotes de férias e a ver fotos das várias ilhas do Havai para tentar perceber qual o melhor destino para nós. Nesta altura, a dúvida reside entre a Big Island e Maui, mas, verdade seja dita, qualquer uma delas serve.

Mais perto da meia-noite ligámos a televisão para ver como estava a festa na Times Square. Um ano destes ainda vou lá passar o ano, é claro - é uma daquelas coisas que, já que aqui estou, devo fazer - mas o que vi foi mais de um milhão de pessoas a tilintar de frio, expostas a temperaturas negativas desde as três ou quatro da tarde, sem poder sair do mesmo sítio porque as áreas com boa visibilidade são completamente vedadas com gradeamentos, sem poder ir à casa-de-banho desde essa mesma hora, sem poder fazer um brinde como deve ser porque as bebidas alcoólicas são proibidas e sem poder sequer levar comida porque mochilas, sacos e malas não passam nos checkpoints. Mas, mesmo assim, estavam todos contentes, o que parece querer demonstrar que, apesar de tudo, deve valer a pena.

Às onze e cinquenta e nove a famosa bola colorida começa a descer, dez segundos antes da meia-noite a contagem decrescente começa a ser feita nos ecrãs gigantes, à meia-noite é a loucura e, dez ou onze minutos depois, a Times Square está completamente vazia. É impressionante a velocidade com que se vai toda a gente embora depois de estar tanto tempo à espera daquele momento. Estão certamente com a bexiga a rebentar e sem sentir as extremidades do corpo, mas pronto: sempre podem dizer que passaram o ano na Times Square.