Sunday, August 5, 2007

Autocarro vs. Avião

Já estou na Pensilvânia e o que há a dizer é que, apesar de tudo, vir de Nova Iorque até aqui de avião é bem melhor do que vir de autocarro. Esta afirmação, à primeira vista evidente, não é, contudo, proferida de ânimo leve e quem se dê ao trabalho de prestar atenção à construção frásica da oração reparará que a utilização da expressão «apesar de tudo» denota que nem tudo correu bem nesta viagem.

O primeiro senão foi o transporte para o aeroporto. O nosso voo saía do JFK Airport que, apesar de ser em Queens, é nos confins do Queens. As opções eram duas: táxi ou metro. Ora, ir de táxi teria sido, como é óbvio, muito mais rápido. Contudo, a viagem custar-nos-ia cerca de 45 dólares o que, já sendo um tanto ou quanto absurdo em si mesmo, se torna ainda mais ridículo quando se tem em consideração que o nosso bilhete de avião custou 64 dólares. Estamos, portanto, a falar de uma viagem de táxi para o aeroporto que por pouco não custa o mesmo que a passagem de viagem.

Sendo assim, e por uma questão de coerência, já que apanhar um táxi não deve custar o mesmo que apanhar um avião, decidimos ir de metro. O problema é que tínhamos de estar no aeroporto às seis da manhã, o que implicou acordarmos às quatro e meia para acabarmos de fazer as malas e enfrentarmos uma viagem de metro de uma hora e meia. Mas pronto. Foi uma opção consciente. E, agora que já passou, estou contente por a ter tomado porque posso gastar os 45 dólares poupados num jantar de lagosta quanto estivermos no Maine.

O segundo senão foi a confusão do terminal de check-in da JetBlue. Quanto saí do AirTrain - um conveniente shutle que liga o paragem de metro de Jamaica ao JFK Airport, reparei que havia uma fila que vinha até à rua num dos balcões. Nem me dei ao trabalho de desperdiçar energia a desejar que aquela fila não era para a JetBlue. Eu sabia que sim.

E era mesmo. A fila era tão grande que cedo percebemos que perderíamos o nosso voo se ficássemos ali. Avançámos por isso até ao interior do terminal e fomos até aos Special Services. A fila aqui era também demasiado longa mas, já quase na hora do voo, alguém chamou os passageiros cujos aviões estavam para sair e lá despacharam a nossa bagagem, juntando-a a um monte de outras malas de pessoas na mesma situação.

O voo em si foi fenomenal. Uma horita de viagem num avião confortável, com televisão individual por satélite e com bom serviço de snacks e bebidas. Não se pode pedir mais. O maior problema acabou por ser a chegada. Eu tinha um pressentimento que a nossa bagagem se ia perder no meio da desorganização do terminal de check-in em Nova Iorque e, meu dito, meu feito: a minha mochila chegou ao destino, mas a mala da Jennifer ficou atrás. Felizmente, a queixa foi registada com algum profissionalismo e asseguraram-nos que a mala seria entregue aqui em casa dos pais dela num período de oito horas. Isto passou-se pouco depois das dez da manhã. São agora onze da noite. Estamos ainda à espera. Telefonaram há bocado a dizer que vão entregar a mala por volta da meia noite. Apesar de tudo, não está mal.

Resumindo, o que há a dizer é que, apesar de tudo, vir de Nova Iorque até aqui de avião é bem melhor do que vir de autocarro.

3 comments:

Simão Pfc Neves said...

Eu não te disse para não pedires a mala emprestada à Rox?
Eu já sabia.

Anonymous said...

Pois é, eu é que só a azarada. A minha mala nunca chega e é sempre a mesma mala...... bom já fico contente em saber que não é só comigo. Nuno vende essa mala, comigo começou assim.... Rox

Nuno said...

Lol. Felizmente neste caso a mala acabou mesmo por chegar. Não foi à meia-noite, como eles disseram, mas sim às seis da manhã. Bom, o que interessa é que chegou.