Wednesday, February 28, 2007

Ignorância farmacêutica

Tenho andado meio constipado e, apesar de normalmente não tomar comprimidos, decidi experimentar os medicamentos americanos e, entre espirros e snifadelas fungosas, sai pois à busca de qualquer coisa parecida com Antigripine, Cêgripe, Ilvico ou alguma bodega desse género.

Ora, as farmácias aqui são algo diferentes do que em Portugal. Por cá a venda livre de medicamentos já vigora há muito e, por isso, as farmácias são autênticos supermercados de comprimidos, com prateleiras e prateleiras e medicamentos para escolher. Mesmo assim, avancei destemido para o corredor da gripe, tosse e congestão nasal. Rebuçados, cápsulas, sprays, xaropes, pós, grajeias, eu sei lá... Uma infindável panóplia de medicamentos para toda e qualquer combinação de sintomas. Tosse ligeira ou tosse severa? Congestão nasal ou peitoral? Dor de cabeça latente ou aguda? Garganta inchada ou inflamada? Não sei, já disse! Para dia ou noite? Aqui parei para pensar. Realmente à noite sinto-me pior. Se calhar é isso que eu quero. Comparei os comprimidos de dia com os de noite: os mesmos agentes activos, com a diferença dos de noite serem mais fortes. É isto mesmo que eu quero! Isto vai-me curar em menos de nada!

Satisfeito por ter encontrado a solução perfeita para o meu caso, fui para casa ignorando por completo que aqueles comprimidos são indicados para a noite, não por serem mais fortes, mas sim porque ajudam a dormir. Resultado: tomei os comprimidos às três da tarde; às três e meia estava ferrado no sono.

Tuesday, February 27, 2007

oh New York

Well, it's true that New York is dirty. Dirtier than I remembered. So many things left on the streets and sidewalks. It's noisy. Sirens, cars honking, and music beating rhthymically. People yelling, sometimes they are crazy people.
I walk down the street and people bump into me or cross my path. Lights change and a new flux of people come in my direction. Tourists smiling and laughing - loving the bright lights. Native New Yorkers talking on their cell phones making arrangements to meet at the southern corner of 7th Avenue and 32nd Street or whatever complex locations they want to give. And I am in the middle of all of them, not belonging to either group really. But loving it all the same.

Monday, February 26, 2007

Which way?

As some of you know, my direction sense isn't the best. That is why New York City is for me. Even I can make my way around on my own. I just have to know where I am and where I want to go. And then it's all a matter of uptown or downtown.
Why can't everything be this simple?

Penny, nickel, dime

O dinheiro americano não faz sentido. E as incongruências começam logo pelo facto de não haver moedas de 1 dólar, mas sim notas de 1 dólar. Ora se, por um lado, isto até pode parecer benéfico porque evita carregarmos meio quilo de moedas de carteira, na verdade torna-se pernicioso porque, por exemplo, um indivíduo recebe um monte de notas e pensa «epá, isto é dinheiro como o caraças!» e, depois, vai contar as notas e repara que tem na mão 15 ou 16 dólares.

As incongruências continuam com a nota de 2 dólares que, pelos vistos, existe mas nunca ninguém utiliza. É uma espécie de mito urbano, como a nota de 500 euros: a gente sabe que ela existe, mas alguém já viu alguma? Não. No entanto, a questão que se pode colocar é a seguinte: porquê esse mistério à volta de apenas 2 dólares? 500 euros justificam uma certa aura de misticismo, agora... 2 dólares? Não me parece.

No campo das moedas, a falta de lógica acentua-se. Então não é que a moeda de 5 cêntimos é maior que a de 10 cêntimos? Isto faz algum sentido? Não faz. É só para confundir um gajo. E para que é que os americanos dão nomes às moedas como se elas fossem animais de estimação? A de 1 cêntimo é um penny, a de 5 cêntimos é um nickel e a de 10 cêntimos é um dime. Isto podia não passar de uma curiosidade, mas, uma vez que algumas das moedas nem sequer têm o seu valor impresso - apenas o seu nome - torna-se importante ter a ladaínha na ponta da língua por ordem crescente: penny, nickel, dime; penny, nickel, dime; penny, nickel, dime...

Bom, por tudo isto acima descrito, só há coisa de poucos dias é que comecei a pagar com moedas. No início não tinha coragem. Não queria parecer aquelas velhinhas que ficam meia hora na caixa do supermercado tentando contar o dinheiro para dar à funcionária. Se há uma coisa que me tira do sério são velhinhas a contar o dinheiro que têm de dar à caixa do supermercado. É isso e, já que estamos a falar de supermercados, também me chateia quando as funcionárias, num esforço bem intencionado - sei-o bem -, ajudam a colocar os produtos dentros dos sacos mas misturam tudo sem o menor sentido de organização de espaço em sacos de compras. Quer dizer, chega uma pessoa a casa e tem o sumo de laranja no mesmo saco dos bifes de frango ou os pimentos misturados com as embalagens de leite. Inaceitável.

Portanto, voltando ao que interessa, antes de perceber as vicissitudes do dinheiro americano, pagava em notas e recebia o troco em moedas pelo que, quando chegava a casa, mais parecia que tinha andado a arrumar de automóveis. Agora não. Agora já me aventuro a pagar com dimes, nickels ou mesmo pennies (nota: resistir, por favor, a trocadilhos fáceis). No entanto, o dinheiro americano continua a irritar-me. Irrita-me mesmo muito. Principalmente, por não o ter em maior quantidade.

Sunday, February 25, 2007

Wanted: New apartment

I guess my luck as a goat doesn't end. Today we didn't have any hot water and therefore no heat in our building.
Nuno and I went shopping in hopes that when we returned the hot water would be working.
But no, the water was still ice cold.
I waited and waited and waited and waited until 8 p.m. Until I couldn't stand it anymore. I had to take a bath and I wasn't about to take a cold shower in February. So I started the process of heating up saucepans full of water and slowly filling up our very large bathtub with hot water. After I had accumulated about five inches of water I felt it was enough to get cleaned up.
As soon as I stepped out of the tub, I heard the strange hissing sound our water radiators make when they are working. Sure enough. The hot water was back on. Just in the nick of time.
It's an understatement to say I can't wait until we have our own place with a little more space and a separate kitchen so that we aren't cooking dinner in the same room we watch TV.
I do love our view of the Chrysler building and the Empire State building. But I could live with out it if it meant that it took more than 12 steps to walk across our apartment.

Saturday, February 24, 2007

I don't love Sigfried

So, Nuno and I went to the New York Public Library today for a little cultural experience. We went for the first act of a Wagner opera. Before we left, I thought that since it was only the first act that it would be a nice thing to do for the afternoon. I figured the opera would be in Italian. aren't they all? I didn't know what the opera was about, but I assumed all operas were about love. And not only that, but they were always sad love stories that ended with someone dying. Little did I know that things weren't that simple.
When we arrived, we sat in the middle of the auditorium in the middle of the row beside a guy about our age.
Then the music started. First the piano. Then three women walked on the stage and began singing in GERMAN. Yuck! A half hour later, the women exited the stage and the piano continued. I thought it was over. Then, a man and a woman entered the stage. Blah blah blahaaaaahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa in German. I have no idea what the hell is going on. And as far as the summary of the story handed out at the door, something about a ring and a man who will rule the earth and two men wanting to fight and then being friends then going to war and then I don't really know what the hell is the point.
So, forty minutes later the man and woman left the stage. The piano continued. Yes. It must be over. For sure. Oh no. I realized that behind the podium there were nine chairs. Why nine? We had only seen five.
Then three more people took the stage. More singing. Blaaaaaaah blah blah blaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! After another half hour, I started to subtract the number of singers again from the number of chairs. One chair left. Damn! Wait. Maybe the chair is for the pianist! I look at the summary of the act again. That's when I realize the pianist would not be leaving his bench to sit on stage. No. There would be one more singer.
She entered the stage. I knew that when she left the stage "in dispair" that there was only one paragraph of the summary left for the singers to wail on about. After mentally sending her off the stage like ten times, I started to calculate again the amount of time each paragraph took. The summary had like five paragraphs and each one took the singers an average of forty minutes to go on and on and on and on and on, all of which I didn't understand as it was in German. So after the woman ran off the stage "in dispair" I decided I had had enough. I wanted to exit stage left too. So Nuno and I agreed to make a break for it.
I don't think operas are my thing. I will stick to musicals.

Thursday, February 22, 2007

Resumo do meu Carnaval

Se não fosse ter lido na internet que o João Jardim anda a fazer mais umas palhaçadas na Madeira, nem tinha dado pelo Carnaval este ano.

Hey Mr. Piggy

Happy New Year! I hope that 4705 is a prosperous year for you and your family.
No, I haven’t lost my mind. It’s Chinese New Year! And although New York City is famous for its New Year’s Eve celebrations in Times Square, those happening right now in Manhattan’s Chinatown attract quite a crowd too.
It’s time to say goodbye to the year of the dog and say hello to Mr. Piggy. And don’t be fooled by those who say it’s the year of the golden pig in order to sell you trinkets made of gold; it’s actually the year of the fire pig. Don’t ask me to explain this to you. The whole system is actually pretty complicated – at least it is to me. It’s based on five cycles of 12 years each and each full cycle takes 60 years to complete. Get it? Got it? Good!
The whole thing started when Buddha decided to hold a meeting with all the animals to decide which animal would represent which year. Since there were only 12 spots available, the animals had to be fast and clever to be among the first to arrive at the meeting.
In fact, this ancient story explains the rivalry between cats and rats. If you aren’t happy that cats are excluded from the New Year celebrations – blame that rat – the rat. That cheese-loving double-crosser tricked his supposed best friend – the cat – into missing the very important meeting and missing his chance to forever be immortalized in Chinese New Year’s celebrations. Lesson to be learned; never trust a rat!
So what does the year of the pig mean to you? If you have been thinking about starting your own family – or if you are that pushy relative who always asks the newlyweds in the family when they plan on enlarging the family tree – this year is for you! The year of the pig is a great year to have babies as the pig symbolizes birth in Chinese tradition. Uh, what exactly are they trying to say with that? I know babies aren’t so cute when they are born, but I wouldn’t go that far.
While the year of the pig traditionally is great for babies, you might want to reconsider the idea. The predictions for this year by Chinese soothsayers aren’t the best. Violence, plagues and natural disasters are expected this year. So more of the same, basically.
As I searched the internet for information about Chinese New Year, I wasn’t too happy to discover my own animal sign. Of course, everyone wants to be the dragon. But I wasn’t expecting that kind of prized position. It would be funny to tell people I was a monkey. I would be proud to announce that I was a tiger. My husband is lucky enough to be a rabbit. But me? I am a goat. Anyone who knows me knows that I have always had a troublesome relationship with goats. I have a picture of myself as a kid at a petting zoo being forced to caress the hoofed creature and the look on my face says it all – yuck. As an adult, my disgust with goats didn’t fade as my sadistic parents kept a small army of them in our barn. I wasn’t forced to feed them or play with them, but once a day they were allowed to roam freely around the yard. If I wanted to enjoy the sunshine or chat with my parents outside I had to barricade myself in an enclosed structure to keep from being harmed by those overly curious devils. Let’s just say it’s an understatement to say I have no love for goats. Talk about bad karma. Knowing my luck, when I return in my next life I will come back as a goat.

Wednesday, February 21, 2007

Banda sonora da semana

Eu sou uma daquelas pessoas que quando gosta de uma música ouve-a até à exaustão. Por isso, as minhas semanas têm sempre uma banda sonora: são as músicas que estão em repeat no meu leitor de mp3. Esta semana, são estas:




Grandes malhas! Pelo menos até à semana que vem, quando já estiver farto de as ouvir.

Monday, February 19, 2007

Ainda sobre o Ano do Porco

O grande destaque deste fim-de-semana nas comemorações da chegada do novo ano chinês na Chinatown era um fogo de artifício. Fui ver. A instalação não me pareceu impressionante. Uns fios e uns foguetes no meio de um jardim. Ainda pensei que aquilo fosse um sistema de fogo de artifício chinês de última geração e que, daquela armação aparentemente amadora, fosse sair um espectáculo de dimensões épicas. Mas não... Qualquer fogo de artifício numa festa de aldeia depois de um concerto da Ruth Marlene é mais imponente do que aquilo.

Foi giro à mesma, é claro.

Iguarias orientais

Para assinalarmos convenientemente a entrada no novo ano chinês do Porco, decidimos dar uma temática oriental às nossas refeições de sábado. O mais indicado teria sido comida chinesa mas, desde que um restaurante chinês foi fechado por servir rato em vez de galinha, decidi fazer um intervalo no shop soy e experimentar iguarias de outros locais.

Sendo assim, ao almoço, fomos a um restaurante vietnamita na Chinatown comer pho. Ao início - devo confessá-lo - olhei com desconfiança para aquilo. Não se trata propriamente de um prato cuja aparência se enquadre no leque de comidas que eu vá eventualmente gostar. Contudo, o cepticismo cedo desapareceu mal me deixei de cenas e provei o raio sopa. Bem... delícia. Delícia. E é barato: menos de 5 dólares por uma tijela de dimensão assinalável.

Para jantar, sushi. Duas embalagens compradas numa espécie de supermercado fashion no soho onde se pode adquirir produtos sobre-valorizados ao som de música clássica. O sushi, todavia, não foi caro: 6 dólares por cada embalagem de 9 pedaços. Teria sido pouco, é evidente, não fosse o pho ainda a trabalhar no estômago.

Friday, February 16, 2007

Sobre a neve

A neve é muito bonita, muito linda, mas a verdade resume-se ao seguinte: o fascínio desaparece depressa.

Depois da tempestade de neve de anteontem, a conclusão que há a tirar é que uma coisa é neve numa estância de esqui, outra muito diferente é neve nas ruas de uma cidade. Não sou nenhum esquimó, como a maioria dos leitores deste blogue deve saber, mas não é preciso ser um especialista em neve para perceber as diferenças: uma é branca - como a neve - e a outra é castanha de tão suja que fica com toda a porcaria natural do ambiente urbano.

A neve em si, quando está a cair, parece-me mais ou menos a mesma. O problema não é esse; o problema é o dia seguinte. As escorregadelas, os pés molhados porque aquele pedaço de neve afinal é mais mole do que pensávamos, os carros a tentarem avançar e a disparem neve como um canhão enquanto as rodas patinam como se cada uma delas quisesse ir numa direcção diferente, o contentor onde temos de pôr o lixo coberto de gelo, e por aí fora.

Mas o pior de tudo são os montes que se acumulam nas beiras dos passeios por acção dos limpa-neves que, quais Maomés a separar as águas, abrem as ruas ao trânsito. E reparem que já não estamos a falar propriamente de neve. Nesta altura já é uma espécie de granizado de lama, se é que isso pode servir de imagem. Seja como for, as ruas ficam limpas para o carros, mas, para os peões, cada vez que é preciso atravessar uma rua, torna-se necessário escalar estes Everests elamaçados. Ora, talvez para o João Garcia isto seja piece of cake, mas, para mim, não deixou de ser um desafio. Mas, pronto. Do mal o menos. Pelo menos consegui manter os meu nariz intacto.

Wednesday, February 14, 2007

Lista de compras algo improvável

Lista de compras de hoje: uma embalagem de papel higiénico e duas rosas. Improvável? Bastante. Mas, que eu saiba, não é por ser dia de São Valentim que não se vai à casa de banho.

O José Cid é que sabe

Cai mesmo neve em Nova Iorque. Por outro lado, El Rei Dom Sebastião nunca chegou a aparecer. Portanto, vamos considerar que é um empate e não se fala mais no assunto.

Aparência radical

Ontem vim para casa com uma tábua de passar a ferro debaixo do braço. Foi o mais próximo que alguma vez estive de parecer um surfista.

Monday, February 12, 2007

Durante o intervalo do workshop

Estou na loja da Apple, no Soho. Vim ca assisitir a uns workshops sobre Photoshop e Webdesign. Como agora e o intervalo, vim escrever isto a um dos computadores disponiveis (e e por isso que este texto nao tem acentos).

Sunday, February 11, 2007

Diferentes, mas iguais

Sábado passado fomos ao Central Park. Ouvíramos dizer que estava a decorrer um festival de snowboard e decidimos ir ver o que se passava. Acabou por não ser nada de especial - meia dúzia de snowboarders amadores a descer por uma rampazita e a dar uns saltos ranhosos -, mas serviu para verificar que há atitudes que são culturalmente transversais, nomeadamente quando a palavra «grátis» está envolvida. A Dunkin Donuts estava a dar chocolates quentes e donuts de graça e, apesar do chocolate quente ser servido num copo do tamanho de um dedal (contradizendo em total paradoxo as proporções americanas) e do donut ser, afinal, um buraco de donut, imaginem lá o tamanho da fila...

Another view of the laundromat

Yes, it is the one of the downfalls of living in a teeny-tiny NYC apartment. You have no space for a washer and dryer and you must stuff all of your dirty clothes into a santa-sized bag and lug them to the laundromat.
As some might know, I am kind of a germ freak. Not exactly the type of person who should live in a city, but I deal with all my little obsessions in order to enjoy the bright lights of the big city.
I don't particularly enjoy the thought of tossing my clothes around with other people's pubic hair, but what can I do? At least they're clean, right?

I heart NY

Every morning, I wake up in the city that never sleeps. I look out my window and see the twinkling lights of the Chrysler building and the antenna of the Empire State Building in the distance. Don’t get the wrong idea. I’m not bragging - I can walk across my apartment in exactly twelve steps. It didn’t take me long to realize that I am paying for the view more than I am paying for the comfort of my apartment. Therefore, I make sure to gaze out my window at least a couple times a day.
It’s been three weeks since Nuno and I moved to the Big Apple. Although I had some expectations, I made sure I left my rose-colored glasses at home. I didn’t come up here expecting to live like the girls from Sex and the City. I didn’t expect to live in an apartment like the cast of Friends. I didn’t expect to have breakfast at Tiffany’s. But after three fast weeks, I am cautiously optimistic because New York City isn’t only about Manolo Blahniks and million dollar apartments. What I have enjoyed the most is getting to know the people who actually live here or at least watching them from a distance – in an unstalkerlike way.
During the week, I take the R train to Manhattan to go to work. The best part of my commute is getting off at the Times Square station. If I wasn’t on my way to work, I could probably stay there all day. No matter what time of day it is, there is always a crowd of people watching some form of live entertainment. Some days it’s a group of break-dancers dancing to old Michael Jackson or James Brown songs. Sometimes, it’s a girl tap dancing as her friend plays the bongo drums. The rhythmic beats echo through the station and those standing nearby can’t help but tap their feet to the beat as well. On other days, there is a gentleman playing acoustic guitar and selling copies of his CD. Don’t forget that if you exit Times Square station, you can also run into the naked cowboy who, even in the middle of winter, only wears a pair of briefs and a cowboy hat while he plays his guitar. If you are changing trains, like I am, you’ll hear a little do-wop from a group of men who don’t seem old enough to have lived through that era, but love it all the same.
Essentially all of this comes at no price. Of course, there is a request for money from these very talented people, but between the tourists and those lucky New Yorkers who can spare a buck, I never feel bad for enjoying their performances for free.
And New Yorkers aren’t hardened and stingy as one might expect. In fact, if you are clever or comical, it’s not hard to get them to throw some money your way. One teenager has shown up on my train more than once to raise money for his “once in a lifetime chance to go to Rome, Italy” with his class. He explains that he is raising the money the honest way by selling candy on the train after school (or after detention -depending on the kind of day he had at school) and doesn’t mind if you drop four quarters, 20 nickles or a hundred pennies in his hand. From what I can tell, he won’t have a hard time buying a first-class ticket since many people give him the money without taking the chocolaty goods.
Some people aren’t even aware of how entertaining they are. One trip home, I had a hard time keeping a straight face as a long-haired head banger played a ten-minute air guitar solo.
While the city is full of actors, actresses, musicians (real and imaginary), tap dancers, break-dancers and those wanting to travel the world, it’s hard to find people born and raised in New York. This isn’t necessarily a bad thing; in fact for a writer it’s pretty interesting. Once you start talking to people you realize everyone came from somewhere else and they all have a story to tell.

Saturday, February 10, 2007

El Corte Americano

Como não fomos à lavandaria na semana passada, cheguei a sexta-feira sem roupa para vestir. Podia muito bem ter agarrado no saco da roupa suja e ir tratar do assunto, mas se há coisa de que eu não percebo mesmo nada é de lavar roupa. O mais certo seria sair de casa com o nosso guarda-roupa e voltar com a nova colecção Outono/Inverno da Barbie e do Ken. É que, posso não perceber nada de lavar roupa, mas a encolher peças de vestuário sou o maior.

Posta, portanto, a opção número um de lado, só me restava a opção número dois: ir comprar umas roupinhas. Apanhei a Jennifer quando ela saíu do trabalho e fomos ao Macy's, uma espécie de El Corte Inglês, mas muito mais confuso.

Meia hora depois, já estava a suspirar por uma Pull & Bear. Não foi preciso muito tempo para perceber que só podia comprar ali alguma coisa se fosse yuppie e rapper, grupos a que estou longe de pertencer porque, se por um lado não tenho capital para adquirir roupa de yuppie, por outro também não tenho capital para adquirir roupa de rapper.

Resumindo: comprei uns boxers e fui-me embora.

Thursday, February 8, 2007

Fim de tarde na baixa

A Jennifer teve hoje uma reunião da New York Teaching Fellowship e eu fui com ela downtown porque, caso contrário, como ela tem o sentido de orientação de um peixe-espada, o mais certo era ela dar por si em New Jersey ou coisa parecida.

Enquanto ela estava na reunião, fui ver como estão as obras no Ground Zero. Para alguém que, como eu, nunca viu as Twin Towers, é impressionante é olhar para aquele espaço vazio e não conseguir visualizar ali duas torres daquela dimensão. É manifestamente impossível, tais são as proporções de que estamos a falar. Sei lá o que imaginar... Revejo na minha mente fotografias antigas da skyline de Nova Iorque e tento transpô-las para o concreto, agora que estou a olhar para o espaço deixado em branco pelo World Trade Center. Mas não consigo. Ou peco por defeito, visualizando dois edifícios só ligeiramente maiores que os circundantes, ou por excesso, imaginando duas torres infinitas que desaparecem no céu.

Fiquei ali um bocado a olhar para cima, mas quando deixei de sentir a ponta dos dedos, percebi que era altura de procurar um sítio mais quentinho. Lembrei-me que estava ao pé do World Finantial Center e pensei: «Se este edifício é a sede do Dow Jones, da American Express, da Deloite e de outras empresas que gerem mais dinheiro num minuto do que eu vou ter em toda a minha vida, há-de ter um bom aquecimento central». E não estava enganado. O aquecimento bombava a grande potência, talvez para compensar a frigidez inóspita do capitalismo.

Recuperei a sensibilidade nos dedos mesmo a tempo de conseguir agarrar num panfleto informativo das actividades no centro. Silent Movies/Live Music: projecção de filmes mudos no Winter Garden com música ao vivo tocada por uma orquestra. Pareceu-me bem. Ainda faltava algum tempo para começar a projecção, mas estavam a passar Pixies como música ambiente. Sentei-me e deixei-me ficar.

Wednesday, February 7, 2007

O caso da astronauta ciumenta

Esta história da astronauta é de mais! Não sei se a notícia chegou aí mas, resumidamente, uma astronauta da NASA atravessou o país de lado a lado para confrontar - e alegadamente assassinar - outra mulher de quem ela tinha ciúmes.

A base da história é igual a tantas outras: girl meets boy / boy meets another girl / first girl wants to kill second girl. O que torna este argumento mais interessante é o facto de estar em jogo uma astronauta. Uma astronauta! Até agora, os astronautas eram uma classe profissional perfeita. Um astronauta era uma espécie de super-homem, quase como se nós, humanos, fizéssemos questão de enviar para o espaço os nossos melhores espécimens, não fossem eles econtrar extraterretres e fazer má-figura. Escolhendo os melhores, a nossa espécie estaria sempre bem representada na eventualidade de um qualquer encontro imediato de terceiro grau.

Mas, agora, o mito do astronauta cai por terra (reparem só nesta chalaça tão subtil que, não fora este parêntesis, teria passado despercebida). Dizia eu, o mito do astronauta cai por terra e, por cá, os órgãos de comunicação social fazem questão de assinalar estridentemente o fim da era em que os astronautas eram perfeitos. Noto até algum contentamento no relato dos pormenores. Quer dizer, há alguma necessidade de repetir vezes sem conta que a astronauta ciumenta pôs uma fralda para adultos para não ter de parar o carro pelo caminho?

Seja como fora, agora já não há profissões imaculadas. Os astronautas eram a nossa última hipótese. Bem... os bombeiros, talvez. Os bombeiros são bonzinhos.

A minha pequena «Praça da Alegria»

Amigos e amigos, queria neste post incentivar-vos a deixarem os vossos comentários aqui no blogue. Para mim é importante porque, como não vejo a «Praça da Alegria» ou o «Portugal no Coração», só posso contar convosco para ter um pouco de lamechice emigrante na minha vida.

Não se está mal, não

Estava farto de estar em casa e decidi vir hoje trabalhar para outro lado. Peguei no meu portátil e cá estou eu a escrever um «Memória de Elefante» no Starbucks da Steinway Street, em Queens, enquanto como um donut de chocolate e espero que o café arrefeça porque está quente como o raio. Está-se muito bem, não haja dúvida. E com internet wireless, ainda melhor.

Estão aqui mais cinco pessoas a trabalhar nos seus portáteis e reparo agora que, por cima dos monitores dos seus PC's ranhosos, olham todos para o meu Mac com esgares de inveja (na verdade, não se podiam estar mais a marimbar, mas, depois de pagar o que paguei por este computador, faz-me bem imaginar estas situações para resolver os problemas de dissonância cognitiva subjacentes).

Bom, na sequência de outros comentários sobre café que já tenho feito, é interessante verificar que aqui no Starbucks não há cafés pequenos no menu. O mais pequeno chama-se tall. O médio é o grande e o maior tem o nome de vendi, que, em italiano deve querer dizer «F***-se! Vais mesmo beber isto tudo?».

Ok. Agora, de volta ao trabalho antes que a bateria acabe.

Tuesday, February 6, 2007

Dúvida

Estão 12 graus negativos e tenho de sair de casa. A dúvida é a seguinte: visto dois ou três pares de calças?

Monday, February 5, 2007

Super Bluff

Estive a ver a Super Bowl. Hum... Tem o seu interesse, mas fiquei com a impressão de que um «Marítimo - Desportivo das Aves» é mais emocionante. Aquilo até é giro de início, mas depois começar a fartar. É sempre a mesma coisa. Cacetadas, bolas pelo ar, mais cacetadas, mais bolas pelo ar, um gajo que corre com a bola, mais cacetadas, mais bolas pelo ar. Não passa disto.

A parte mais curiosa é que os treinadores podem «desafiar» algumas decisões dos árbitros. Atiram uma bandeira vermelha para o chão e isto é sinal de que querem um challenge. Depois, explicam o que estão a contestar e o árbitro principal vai ver a repetição num monitor. Quando tem a certeza do que realmente se passou, o árbitro anuncia num microfone para todo o estádio qual é a decisão final. É muito à frente.

O futebol americano não é definitavemente o meu tipo de desporto, mas a Super Bowl é o evento desportivo mais visto nos Estados Unidos. O domingo da Super Bowl é o segundo dia em que os americanos consomem mais comida, logo atrás do Thanksgiving. A transmissão televisiva atinge os 60% de share, o que é algo impressionante num país com infinitos canais de televisão.

Com números destes, não admira que os anúncios que passam nas inúmeras paragens do jogo sejam cobrados a peso de ouro: 2,5 milhões de dólares por cada 30 segundos. Na verdade, muita gente vê a transmissão da Super Bowl por causa dos anúncios, uma vez que, para compensarem o investimento, as marcas avançam com conceitos arrojados, muitas vezes recorrendo ao humor. No entanto, devo dizer que, pessoalmente, não fiquei impressionado. Três ou quatro foram muito bons, os outros mais ou menos. Se quiserem, vejam-nos aqui, e depois digam qualquer coisa.

Sunday, February 4, 2007

Mais uma estreia na Broadway

Se há coisa que os americanos sabem fazer é sandes. Nesse aspecto, batem-nos aos pontos. Não têm sandes de coirato, é bem verdade, mas em contrapartida têm, por exemplo, pastrami e corned beef - duas verdadeiras peças de delicatessen. Depois, é claro, há os picles, as cebolas grelhadas, os pimentos, as azeitonas, os jalapenos, as quinhentas e cinquenta variedades de queijo, os mil trezentos e vinte cinco molhos, e por aí fora.

A quantidade de cada um desses ingredientes colocados numa sanduíche é tal que, por vezes, se torna difícil acreditar que estamos, de facto, na presença de uma sanduíche. Só numa observação mais atenta se percebe que aquilo está tudo empilhado entre duas fatias de pão e, portanto, tecnicamente é mesmo uma sanduíche.

Apesar de aparentemente impossíveis de trincar sem deslocar maxilares, os americanos comem as suas sandes com uma graciosidade invejável. Eles manejam-nas com grande naturalidade, capacidade adquirida com certeza ao longo de anos de prática.

Talvez por isso, quando pedi talheres para comer uma Rueben no restaurante onde a Jennifer trabalhava na Pensilvânia, olharam todos para mim como se eu fosse de outro planeta - do planeta onde se comem sandes de garfo e faca. No entanto, foi um risco controlado. Preferi fazer isso - que sempre pode ser justificado como uma «excentricidade europeia» - a correr o risco de me besuntar todo de maionese - que não pode ser justificado de outra forma que não fosse «javardice».

Mas vem esta longa introdução a propósito de quê? Ora, sábado passado, apesar do frio de rachar, decidimos ir almoçar à Broadway. Cá está uma chapa:


Encontrámos um dinner simpático (leia-se «barato») e dividimos uma Philadephia Cheese Steak, uma sande que, só pelo nome, talvez já dê para perceber que não era coisa pequena. Apesar disso, como não estava muita gente no restaurante, decidi que era chegada a altura: nada de talheres. Para além disso, que melhor lugar para uma estreia do que a Broadway?

Correu bem. Não precisei do tira-nódoas, o que é bom sinal.

Saturday, February 3, 2007

Aaahhhh... E o fim-de-semana começa em beleza

Primeiro, a notícia de que a Jennifer foi aceite na New City Teaching Fellowship, algo que mudará a nossa vida a partir de Junho. Depois, e enquanto ela se prepara para sairmos, mais um episódio da terceira época do «Lost» (já agora, para os interessados, os sete episódios já exibidos da terceira série podem ser vistos no site da ABC - sem legendas, como é evidente).

Thursday, February 1, 2007

Só para calar certos e determinados comentários

Pois então cá estão algumas fotos. Hoje, para estabelecer cenários, deixo aqui alguns location shots. Comecemos, pois, pela minha casa:

Não é a Trump Tower, mas, para começar, não se pode pedir muito mais... Nada disso. Era brincadeirinha. Este é que é o meu prédio:

Depois da primeira imagem, isto até parece um palácio, não é? Bom, moro no último andar, mas do outro lado. Consigo ver a ponta do Empire State Building e do Chrisler Building. Se olharem bem, podem topá-los nesta foto tirada da janela do meu quarto de cama:

Bem sei que pareço aqueles agentes imobiliários que dizem sempre que a casa tem «vista para o rio» quando na verdade se vêm apenas uma ou duas gotas de água por entre prédios, antenas e etc, mas é o que se pode arranjar...

Quanto ao apartamento propriamente dito, não vos vou mostrar imagem nenhuma porque isto é tão pequeno que não tenho ângulo para tirar fotos. Sigamos então para a rua:

Para a próxima, mais fotos das redondezas.

Primeiro dia do mês

É dia de pagar a renda. Até dói...