Sunday, August 12, 2007

«Welcome to the Catskills»

A viagem da Pensilvânia até às Catskill Mountains demorou bem mais do que estávamos à espera. Umas três ou quatro horas mais, pelo menos. Saímos de lá por volta das dez e meia e chegámos ao nosso destino já depois das sete da tarde. Pelo caminho, alguns desvios, como aquele que fizemos para ir a uma pequena cidade chamada Cuba à procura de um restaurante que nos foi aconselhado pela mãe da Jennifer e que – olhem a sorte – estava fechado para almoço precisamente naquele dia.

Apesar de longa, a viagem correu sem problemas. Eu estava com medo que o carro novo empanasse no meio de uma estrada qualquer, mas nada disso. Portou-se lindamente. Ali, afinadinho. Lindo menino.

Quando chegámos ao hotel, a recepcionista aconselhou-nos logo a ir jantar o mais rapidamente possível porque os restaurantes fechavam todos às oito. Este aviso foi rematado com um encolher de ombros e com uma expressão irónica que ela viria a repetir várias vezes no dia seguinte: «Welcome to the Catskills», como quem diz «Querem o quê? Vieram para o fim do mundo, agora amanhem-se».

O hotel em si era, digamos, diferente. Este era o nosso quarto:

Não é propriamente o que seria de esperar no meio das montanhas numa localidade com duas dúzias de casas, mas apreciei o estilo e a coerência. Também apreciei, com alguma surpresa até, o facto de haver um leitor de DVD no quarto e um colecção considerável de filmes na recepção à disposição dos hóspedes. Cedo percebi porquê: não havia, de facto, muito para fazer fora do hotel depois das nove da noite. «Welcome to the Catskills».

E também não havia muito para se fazer durante o resto do dia, diga-se de passagem. Estávamos num daqueles locais para repouso total, o que foi bom por dois dias, o tempo que lá estivemos, mas depois ia começar a fartar, de certeza absoluta.

A única actividade outdoor que acabámos por fazer, e na impossibilidade de alugarmos bicicletas, foi fazer uma caminhada nas montanhas. Ora, eu sei que muita gente considera as caminhadas uma actividade menor e que há até quem ache que elas são aborrecidas, mas, naquela zona, uma caminhada pelas montanhas tem um condimento especial que a torna bem mais radical: a possibilidade de dar de caras com um dos 450 ursos que vivem nas Catskills. Teria sido emocionante, não há dúvida, mas não encontrámos nenhum (reparem na honestidade com que escrevo estes posts: eu podia muito bem inventar uma bela história sobre como encontrei um urso nas montanhas que vocês não teriam outro remédio se não acreditar, mas escolhi não o fazer).

Bom, por falar em ursos, o gajo que classificou aquele trilho como «de dificuldade moderada» é que era um grande urso. Se aquilo era moderadamente difícil, eu nem sequer quero saber o que ele considera mesmo difícil. O que vale é que a distância não era muito grande. Estamos aqui a falar de um trilho com uns três quilómetros, mais centímetro, menos centímetro, porque, se fosse uma coisa mais comprida, acho que não chegava lá acima.

Cá está a foto que tirei no momento em que conquistei as Catskill Mountains (não é um postal - se não vos menti sobre o urso, também não ia mentir sobre isto).

Mais tarde, fomos até Woodstock. Sim, o Woodstock verdadeiro, o do festival. Eu não sabia, mas estávamos bem perto e, por isso, decidimos ir lá ver como é que aquilo era. Não vi ninguém a fumar nada de cariz psicotrópico, mas de certeza que eles andavam por lá. Aquilo é um paraíso hippie, como estas fotos demonstram:

Em relação a esta última chapa, a pergunta que se impõe é a seguinte: o que faz uma imagem de George W. Bush no meio de bandeiras do Jimi Hendrix? Não faço a menor ideia, mas é a dica ideal para o post que, se tudo correr, escreverei amanhã e que se vai chamar: «O dia em que estive bem pertinho do George Bush».

4 comments:

Anonymous said...

Gostei das fotos de Woodstock. Tens mais?

Boas férias!

Mainada!

Nuno said...

Não, pá... Queria ter tirado umas chapas a algumas das pessoas que por lá andavam, mas fiquei sem pilhas na máquina.

Anonymous said...

Bela desculpa, sem pilhas na maquina!!!!
Deves é ter encarnado o espirito de Woodstock e fumas-te tudo o que havia por lá!!!!
Goza bem as ferias.
Vai tomando apontamentos, para quanto formos passear pela America selvagem, dares tu as dicas.

Um forte abraço!
Faustinopms

Anonymous said...

Nunca se compram maquinas fotograficas de pilhas...mas sim com bateria...


Mainada!