Friday, November 28, 2008

Jantar de Thanksgiving - Epílogo

E pronto: estava tudo deveras saboroso (excepção feita àquela cena de feijão verde, é claro). O problema agora é que temos aqui peru para jantar pelos menos durante uma semana e meia.

Thursday, November 27, 2008

Jantar de Thanksgiving - Prólogo

Hoje é Thanksgiving. Ao contrário do ano passado, em que fomos a casa dos pais da Jennifer, desta feita decidimos ficar por NY e preparar o nosso próprio perú. Nenhum de nós estava com pachorra para enfrentar sete ou oito horas de carro em cada sentido e, sendo assim, preferimos dispender a tarde de hoje a preparar o jantar. Ainda é meio-dia e o peru ainda está a descongelar, mas eis a ementa prevista para mais logo:

- Peru com recheio aromatizado com tomilho e salva
- Puré de batata
- Tarte de batata doce
- Caçarola de feijão verde (eu, por mim, nem toco nisto; é mais para a Jennifer)
- Pão quente
- Azeitonas (daquelas grandes e gordas que se compram ao peso)
- Vinho branco (um Bordeaux e um Riesling)
- Cheesecake de chocolate

Se depois do jantar ainda me conseguir levantar da cadeira, venho aqui fazer um balanço das festividades (mas tenho a impressão que vai difícil).

Sunday, November 16, 2008

Olhe que assim ainda me deixa corado

Recebi a nota de mais um paper no meu curso de cinema. Desta feita, foi uma análise ao «Blow-Up» do Michelangelo Antonioni, um filme que, ao contrário daquilo que aconteceu com o «Weekend» do Jean-Luc Godard, obra que detestei quando vi e continuei a detestar depois de concluído o trabalho, acabei por dar muito mais valor depois de a analisar em detalhe e perceber melhor o que o realizador estava a tentar fazer. Mesmo assim, não aconselho este filme a quem não tiver algumas horas para matutar naquilo, porque, caso contrário, nada vai fazer grande sentido (é curioso que, depois de ver estes filmes supostamente mais artísticos, uma das coisas que este curso me está a provocar é saudades de ver um blockbusterzinho, para dizer a verdade).

Tive outro excelent, mas, mais do que a nota propriamente dita, até porque, por aquilo que pude ver pelos meus colegas que estavam ali à volta, toda a gente teve excelente (sim: não pensem que eu tenho notas dessas por ser um aluno extraordinário, ou isso), a observação que a professora me deixou agradou-me bem mais: «nice writing», escreveu ela, confirmando depois o panegírico com um ponto de exclamação bem enfático. Foi o primeiro elogio à minha escrita em inglês (tirando os da Jennifer, é claro, mas isso não conta), circunstância que me deixou bastante satisfeito e quase me fez esquecer que, para conseguir redigir um texto decente numa língua que não é a minha, demorei um fim-de-semana inteiro a escrever três páginas.

Monday, November 10, 2008

Eu só gostava de ter metade da piada que ele tem

Ontem fui com a Jennifer ao Lincoln Center assistir a um espectáculo do Brian Regan, aquele que é, talvez, o melhor stand-up comedian da actualidade aqui nos Estados Unidos. Custou-me os olhos da cara, mas valeu bem a pena, que mais não seja para ver como é possível fazer humor brilhante a partir das coisas mais simples e mundanas. Aqui fica uma pequena amostra de um sequência em que ele fala de idas ao médico.

Tuesday, November 4, 2008

Yes, we did!

After 8 LONG years, we finally got our country back!!!
Ok, Europe, you can stop making fun of us now.

E não é que ele ganhou mesmo?

Todos os dias, para escrever o «Memória de Elefante», tenho de ler listas e listas com as efemérides mais importantes da História. Hoje, ao assistir o desenrolar das eleições aqui nos Estados Unidos, tive a plena consciência de que estava a ser criada mais uma dessas efemérides. É um grande exemplo para todo o mundo, mas, agora que o Obama finalmente ganhou, estou nervoso: se ele faz merda e não muda isto tudo para melhor, é capaz de ser uma das maiores desilusões da minha vida.

Saturday, November 1, 2008

Nem trick, nem treat

Mais um Halloween, e, de novo, não me bateu ninguém à porta a dizer «trick or treat». Já escrevi aqui no ano passado que, para mim, isto é a queda de um mito, mas, este ano, vou ainda mais longe e digo que, apesar de o terem inventado, os americanos não percebem nada de Halloween.

Toda a gente sabe que uma boa máscara de Halloween deve ser aterradora. Monstros, fantasmas, Josés Castelos Brancos, enfim, qualquer coisa que nos faça gritar de horror, mas os americanos parecem ter-se esquecido disso. Vi meia dúzia de crianças com aquela máscara do assassino do «Scream», dois ou três esqueletos fluorescentes, uma múmia e um Frankestein (ou então era um puto feio como o raio), mas nada que se compare com a quantidade de fadas, carochinhas, super-homens, piratas e outros disfarces completamente fora de época que por aqui andavam (e já nem sequer estou a contar com a quantidade exorbitante de Harry Potters, já que, não se tratando de uma personagem verdadeiramente monstruosa, uma máscara de Harry Potter acaba por ter uma componente assustadora, que mais não seja porque, para algumas franjas mais conservadoras da sociedade, deve ser realmente assustador que um puto se queira vestir de feiticeiro panasca).

Isto, claro, no que diz respeito a crianças. Passando agora para os adultos, a tendência para subvalorizar a componente assustadora do Halloween é igualmente visível, como pude confirmar ontem na festa para que fui convidado. Os homens apresentaram-se com disfarces absolutamente descabidos, que iam desde jogadores de hóquei no gelo a Jesuses Cristos, passando por chulos, senadores romanos e arqueólogos britânicos no Egipto; as mulheres, e apesar de haver muita bruxa, sem dúvida, também puseram de parte, na sua grande maioria, a vontade de aterrorizar e, bem pelo contrário, preferiram mais uma vez aproveitar a data para deixarem de parte as suas repressões mais profundas e abandonarem as convenções sociais no que a decência de vestuário dizem a respeito. Por mim, tudo bem, é evidente, nada contra, mas vamos lá a ser sinceros: se uma naughty nurse ainda pode assustadora porque não é por ter uma mini-saia até ao umbigo que nos deixa de dar uma injecção, se for preciso, «Ahhhh! Que horror! Que grande susto que me pregaste!» não é propriamente a primeira coisa que vem à mente de uma pessoa quando vê uma slutty housekeeper ou uma sexy catwoman.