Monday, February 26, 2007

Penny, nickel, dime

O dinheiro americano não faz sentido. E as incongruências começam logo pelo facto de não haver moedas de 1 dólar, mas sim notas de 1 dólar. Ora se, por um lado, isto até pode parecer benéfico porque evita carregarmos meio quilo de moedas de carteira, na verdade torna-se pernicioso porque, por exemplo, um indivíduo recebe um monte de notas e pensa «epá, isto é dinheiro como o caraças!» e, depois, vai contar as notas e repara que tem na mão 15 ou 16 dólares.

As incongruências continuam com a nota de 2 dólares que, pelos vistos, existe mas nunca ninguém utiliza. É uma espécie de mito urbano, como a nota de 500 euros: a gente sabe que ela existe, mas alguém já viu alguma? Não. No entanto, a questão que se pode colocar é a seguinte: porquê esse mistério à volta de apenas 2 dólares? 500 euros justificam uma certa aura de misticismo, agora... 2 dólares? Não me parece.

No campo das moedas, a falta de lógica acentua-se. Então não é que a moeda de 5 cêntimos é maior que a de 10 cêntimos? Isto faz algum sentido? Não faz. É só para confundir um gajo. E para que é que os americanos dão nomes às moedas como se elas fossem animais de estimação? A de 1 cêntimo é um penny, a de 5 cêntimos é um nickel e a de 10 cêntimos é um dime. Isto podia não passar de uma curiosidade, mas, uma vez que algumas das moedas nem sequer têm o seu valor impresso - apenas o seu nome - torna-se importante ter a ladaínha na ponta da língua por ordem crescente: penny, nickel, dime; penny, nickel, dime; penny, nickel, dime...

Bom, por tudo isto acima descrito, só há coisa de poucos dias é que comecei a pagar com moedas. No início não tinha coragem. Não queria parecer aquelas velhinhas que ficam meia hora na caixa do supermercado tentando contar o dinheiro para dar à funcionária. Se há uma coisa que me tira do sério são velhinhas a contar o dinheiro que têm de dar à caixa do supermercado. É isso e, já que estamos a falar de supermercados, também me chateia quando as funcionárias, num esforço bem intencionado - sei-o bem -, ajudam a colocar os produtos dentros dos sacos mas misturam tudo sem o menor sentido de organização de espaço em sacos de compras. Quer dizer, chega uma pessoa a casa e tem o sumo de laranja no mesmo saco dos bifes de frango ou os pimentos misturados com as embalagens de leite. Inaceitável.

Portanto, voltando ao que interessa, antes de perceber as vicissitudes do dinheiro americano, pagava em notas e recebia o troco em moedas pelo que, quando chegava a casa, mais parecia que tinha andado a arrumar de automóveis. Agora não. Agora já me aventuro a pagar com dimes, nickels ou mesmo pennies (nota: resistir, por favor, a trocadilhos fáceis). No entanto, o dinheiro americano continua a irritar-me. Irrita-me mesmo muito. Principalmente, por não o ter em maior quantidade.

2 comments:

Anonymous said...

Eu já tive um monte de notas de 500 euros. Estava a contá-las e depois... acordei, levantei-me e fui trabalhar.

PC

Simão Pfc Neves said...

Eu já vi um monte de notas de 500 euros. Foi no meu trabalho. Fiquei com a pulga atrás da orelha, porque pensei logo em água e sabão, percebem?