Sunday, June 17, 2007

Pum, pum, pum, tárátátá

A Jennifer surpreendeu-me hoje com bilhetes para os Stomp:

Curti mesmo, mesmo muito, mas devo dizer uma coisa: não é um espectáculo aconselhável para quem estiver com dores de cabeça. Nem de ressaca, imagino. A não ser, é claro, que queiram experimentar a sensação de uma cabeça a explodir de tanto latejar ao ritmo de batucadas em caixotes do lixo, bidões e afins. Mas isso agora já vai dos gostos e preferências pessoais de cada indivíduo, não é?

Bom, de qualquer maneira, e voltando ao espectáculo propriamente dito, trata-se de muito mais do que, como acima descrevi com alguma leviandade, «batucadas em caixotes do lixo, bidões e afins». Na verdade, trata-se de batucadas em caixotes do lixo, bidões, sinais de trânsito, baldes, bolas de básquete, vassouras, tachos e panelas, caixas de fósforos, lavatórios, cadeiras metálicas, caixotes, tubos, aquelas coisas de borracha para desentupir sanitas e - agora sim - afins. Depois de ver os bailarinos a baterem naquilo tudo, dá mesmo vontade de fazer um peditório pela plateia para lhes comprar uma bateria e um djambé . Eles merecem e, com certeza, não a podem comprar porque não tem dinheiro. Deve ser isso.

O meu número preferido, contudo, não foi executado com nenhum dos objectos já listado, mas sim com Zippos. Apenas com os sons dos isqueiros a abrir, a acender e a fechar. Grande momento, tanto mais porque as luzes apagam-se e tudo o que vemos é a chama dos isqueiros quando são acendidos. Assim explicado desta maneira pode parecer um bocado um foleiro, tipo um concerto da Céline Dion quando as pessoas acendem os isqueiros ao som da música do «Titanic», mas não tem nada a ver.

Curioso também é como, no meio de danças e ritmos frenéticos, há espaço para o humor com setups e payoffs construídos com mestria. Por exempo, durante todo o espectáculo há uma personagem que tenta juntar-se ao grupo, mas batuca sempre fora de tempo, atrapalhando a actuação dos outros. E tem piada o gajo. Bem, tem piada, ou então estava mesmo trocado. Agora, pensando melhor, não sei bem.

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