Wednesday, June 4, 2008

Hóquei no gelo: a análise

Depois de já ter falado aqui de beisebol, de futebol americano e de basquetebol, chega agora a vez de abordar outro desporto que os americanos apreciam bastante: o hóquei no gelo. Isto porque a equipa da Jennifer, os Pittsburgh Penguins, chegou à final dos playoffs e disputou a Stanley Cup, o mais prestigiado troféu da modalidade, dando-me, assim, e apesar de terem perdido, a oportunidade de ver alguns jogos com a emoção que eles merecem.

Como é que funciona então o hóquei no gelo? Essencialmente, é assim: vão todos a patinar para um lado e embrulham-se uns com os outros; vão todos a patinar para o outro e embrulham-se uns com os outros. Se, em vez de gelo, o recinto fosse de terra, só viam nuvens de poeira, ora num lado, ora no outro, como nos desenhos animados. O que torna o jogo interessante é que isto acontece tudo a um ritmo supersónico. O hóquei no gelo é jogado a uma velocidade tão vertiginosa que muitas vezes nem em câmara lenta consigo perceber o que aconteceu. Distinguir para onde o disco foi então, nem se fala. Só para quem tem olho de lince. Aliás, só percebo que é golo quando vejo jogadores aos abraços e os comentadores aos berros.

As semelhanças entre hóquei no gelo e hóquei em patins são nenhumas. Para além de se poder pontapear o disco com os patins ou mesmo controlá-lo com as mãos, no hóquei no gelo vale tudo menos tirar olhos. Empurrar os adversários, atirá-los contra o vidro de protecção do ringue, ir a patinar a toda a velocidade e atropelá-los sem piedade ao ponto de os deixar inconscientes, tudo isto é permitido, como se pode ver neste elucidativo vídeo (chamo especial atenção para o número 5 da contragem decrescente):



Com jogadas desta natureza, não admira que haja pancadaria da séria. Segundo as regras do hóquei no gelo, as lutas físicas são ilegais, mas, por tradição, os árbitros deixam que elas aconteçam. Sendo assim, e com um bocado de sorte, é possível assistir a cenas destas:



Depois de ver isto, não consigo deixar de pensar no Petit. Ia dar um grande jogador de hóquei no gelo, sem dúvida nenhuma. Azar o dele ter nascido num país em que se joga futebol porque, por aquilo que se conhece do seu comportamento em campo, ia sentir-se muito melhor num desporto em que a linha entre agressividade competitiva e violência é muito ténue. Muito ténue, mesmo.

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