Wednesday, January 23, 2008

Coisas que me deixam contente e triste ao mesmo tempo

Passados alguns meses desde que comecei a tentar ver se será possível publicar os meus livros aqui nos Estados Unidos, não tenho grandes notícias a reportar, a não ser que já percebi que nenhum agente me vai ligar nenhuma se os livros não estiverem já em inglês. Se eu fosse um autor famoso a coisa seria diferente, mas não sou, e não há um agente literário nesta cidade que vá perder tempo a considerar uma obra que ainda precisa de ser traduzida quando tem em cima da secretária resmas e resmas de possíveis best-sellers prontos a editar.

Felizmente, encontrei já a minha tradutora. Uma amiga da Jennifer que vive em Portugal quer fazer traduções e nada melhor do que um projecto destes para começar. Estou muito confiante de que vai correr bem e de que vamos trabalhar bem em conjunto, e, para que ela percebesse a atmosfera dos livros, decidi fazer uma busca na Google para tentar encontrar comentários e opiniões externas.

Gostei daquilo que encontrei, por acaso. Para além d' «As Aventuras da A.G.U.I.A.» estarem nas preferências literárias de alguns utilizadores do HI5, encontrei duas pérolas. A primeira, é um comentário num fórum em que uma criança diz que acha que os meus livros são melhores do que os da «Uma Aventura» e do «Bando dos Quatro». É um evidente exagero, até porque essas são duas das mais colecções infanto-juvenis que mais livros venderam em Portugal, mas não deixa de ter piada:

«As Aventuras da A. G. U. I. A., de Nuno Vieira Faustino -> é sobre uma agência de detectives de jovens. Por favor, peço-vos que não comparem esta série de 6 livros com Uma Aventura, Bando dos Quatro e afins. Esta série é fantástica, e eu simplesmente adorei quando os li. É muito divertido e faz puxar pela cabeça para além de que, contada na 1ª pessoa por um puto de pouco mais de 10 anos, nos faz identificarmo-nos com ele, agarrando-nos aos livros»


O outro resultado curioso que encontrei, foi esta descrição feita também por um leitor:

«Antes de ter lido o Eragon e de ter adquirido hábitos de leitura "a sério", como eu os considero, eu lia pouco mais do que livros cientificos, de curiosidades e, por vezes, enciclopédias.
Nesse "pouco mais" podem-se incluir algumas mini-colecções, como por exemplo "As Aventuras da A.G.U.I.A".

Esta mimi-colecção de policiais infanto-juvenis de 6 volumes, escrita por Nuno Vieira Faustino, relata as investigações da A.G.U.I.A. (Associação Geral e Universal de Investigadores Amadores), composta por Diogo Silveira (o "chefe"), Fredy, Débora (a irmã-gémea de Fredy), Miguel e Bruno (o "arqui-inimigo" de Diogo).
As histórias estão muito bem construidas, as acções encadeadas umas nas outras de uma forma... real (?!) e a escrita de Nuno Faustino é simples e fluida, o que contribui para pequenos, agradáveis e fluidos policiais.

Passo a descrever muito resumidamente (até porque já os li há algum tempo) cada volume.

"O Primeiro Voo da A.G.U.I.A." - A Associação Geral e Universal de Investigadores Amadores inevstiga um caso de roubos no supermercado, se bem me lembro mais focalizados nas pessoas idosas.

"O Ás do Tetris" - Depois de alguns desentendimentos entre o Diogo e o seu arqui-inimigo Bruno, aparece o segundo caso: se bem me lembro ligado a um esquema mesquinho de apostas do género de lutas de cães, só que com jogo de Tétris, vejam só!

"Fotografias do Fim do Mundo" - Não me lembro de quase nada deste caso, se não de uma estação abandonada num dia de chuva torrencial... Sorry!

"O Rapto de Iurka" - A A.G.U.I.A. trata dum rapto de uma cadela, em que para descobrirem o seu paradeiro, têm de entrar no mundo das lutas de cães!

"Um Sábado Assombrado" - Um caso que mistura policial com terror, em que os membros da A.G.U.I.A. desvendam o mistério da Casa dos Valentes, uma casa assombrada.

"As Peúgas de Júpiter" - Neste volume, a A.G.U.I.A. trata do desparecimento das peúgas de Júpiter, sendo as peúgas umas meias que são como um amuleto para Júpiter, e Júpiter um cantor do momento que as perdeu, e que ficou sem o seu amuleto da sorte...

PS: Não creio que venham a ser publicados mais nenhum volume da colecção, já que o intervalo entre cada publicação costumava ser entre alguns meses e um ano, e o último já saiu há quase 3 anos. No entanto a colecção não está oficialmente fechada!»


Coisas destas deixam-me triste e contente ao mesmo. Contente, porque elogios deixam qualquer um contente; triste, porque opiniões tão positivas quanto estas me fazem sempre pensar que os livros podiam ter vendido muito mais do que venderam. Às vezes, sinto que estive quase lá. Mas faltou mesmo o «quase». Pode ser que ainda venha.

2 comments:

Unknown said...

O "quase" não existe cá fora. Só existe na tua cabeça, ou no teu coração, chama-se insatisfação.

Anonymous said...

Tem uma profesora da Universidade dos Açores que faz traduções. Quem conhece é o Artur, pelo que ele já me disse, é boa tradutora. Se precisares é só dizeres...

Alexandre Jesus