Wednesday, July 23, 2008

Ponto final parágrafo

Não é o fim do blogue, estejam descansados. Enquanto eu por cá andar, vão ter de levar comigo. O título deste post vem simplesmente a propósito do facto de me ter esquecido de dizer que deixei de ir trabalhar para a Paragraph.

Não me dei bem com aquilo. O ambiente era um bocado elitista de mais para o meu gosto e comprovei algo que até já sabia: eu escrevo, mas não sou escritor. Não sei ter conversas sobre Proust ou Camus, não estou ao corrente dos últimos lançamentos literários e nem sequer leio livros com grande frequência. Não tenho, pois, cabedal mental para ombrear com escritores a sério e, por isso, a verdade é que estava num patamar completamente diferente das maioria das pessoas que por lá andavam. Não que tivesse encontrado intelectuais de barba e óculos imersos em camalhaços. Pelo contrário. Apesar de ter conhecido alguns autores com best-sellers na lista do New York Times e com livros entre o Top 10 da Amazon, era tudo muito mais cool, muito mais moderno, o que, mesmo assim, não evitou que me sentisse deslocado.

Não ajudou, deduzo agora, o facto de não falar inglês na perfeição. Se, às vezes, ainda me é difícil exprimir exactamente o que quero em conversas com pessoas normais, imaginem agora tentar entrar em diálogo com escritores que, naturalmente, por fazerem da língua a sua ferramenta de trabalho, a dominam com total mestria. Quando começava a perceber do que se estava a falar, já o assunto era outro.

Isto, é evidente, quando os assuntos me interessavam, o que não se aplica, bem entendido, àquele dia em que entrei na zona de convívio e se estava a falar da evolução do socialismo na Nova Zelândia.

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