Sunday, March 1, 2009

Tirando a aventura no aeroporto que fui relatando aqui mais ou menos em tempo real

Os dias de férias no México foram fenomenais. Aconselho vivavemente o destino a todos os que queiram apanhar sol, mas que ambicionem mais do que passar dias a esturricar numa praia. Há muito para fazer e ver na Península do Iucatão, tanto que, na verdade, seis dias foram poucos. Deixámos algumas coisas de fora, nomeadamente a visita quase obrigatória a Chichén Itzá. Houve que fazer opções, e, como esse importante local arqueológico ainda fica a três horas de distância, preferimos não gastar, entre idas e vindas, seis horas de um valioso dia. Visitámos, contudo, as ruínas de Tulum e de Cobá e, se as primeiras não me impressionaram por aí além, já as segundas são um local mágico. Primeiro, porque, para lá chegar, é preciso passar por uma estrada que atravessa uma verdadeira vila maia, e, segundo, porque as ruínas propriamente ditas ficam literalmente no meio da selva, o que transmite àquilo tudo uma atmosfera muito genuína. Se não fosse pelas hordes de turistas, dir-se-ia que era possível recuar na história e sentir o que sentiam os habitantes daquela localidade 600 ou 700 anos a.C. (foi aí que subi à pirâmide de Nohoch Mul armado em Indiana Jones e depois me vi à rasca para descer porque me lembrei que tinha vertigens).

Outra experiência inesquecível foi o snorkeling numa espécie de lagoa subterrânea, a que os mexicanos chamam de cenote. Há inúmeros cenotes por ali, e nadar por meio de cavernas cheias de água e rios subterrâneos, apreciando as formações geológicas que se foram criando ao longo dos séculos por cima e por baixo de água é algo praticamente indescritível. A Jennifer ia-se borrando de medo porque não se sente muito confortável na água, muito menos ao escuro, mas, no dia seguinte, para compensar, aceitei ir com ela fazer parasailing. Nessa ocasião, fui eu que me ia borrando todo. Ela estava na boa, ali toda relaxada no páraquedas, a não sei quantos metros de altura, olhando para baixo, acenando para o pessoal do barco que nos estava a puxar; eu, por mim, estava retesado, sem abrir a boca. Agarrei-me com tanta força aos cabos que até fiquei com dores nas mãos. Jurei para nunca mais.

A cidade que escolhemos para o nosso centro de operações, Playa del Carmen, tem duas faces: por um lado é um local demasiado turístico, por outro, é suficientemente grande para se poder explorar as secções não turísticas e entrar um pouco mais no México real. A 5ª Avenida, por exemplo, polvilhada de restaurantes, bares e lojas é como um parque de diversões feito a pensar nos turistas - uma espécie de Mexicolândia, onde um taco que deveria custar 9 ou 10 pesos, custa 30 ou 40. No entanto, se se andar uns quarteirões até à 30ª Avenida (não existem vinte e cinco avenidas pelo meio: na Playa del Carmen, os números das avenidas vão de cinco em cinco), é possível encontrar restaurantes pitorescos, frequentados por uma mistura de locais e alguns turistas, onde se pode provar comida verdadeiramente mexicana a preços muito acessíveis (aconselho o Los Amigos - as melhores Margaritas que alguma vez bebi).

O tempo esteve sempre fantástico, à excepção de um dia que esteve meio encoberto, mas há uma coisa que nenhuma agência de viagens vos vai dizer e que tem alguma relevância quando se vai de férias nesta altura do ano a estas latitudes: o Sol põe-se por volta das 5:30. Não é como no Verão que se pode estar até às 8 ou 9 da noite a trabalhar para o bronze. Na nossa praia, esse era um factor ainda mais impactante porque, como ela ficava virada para Este, a partir das 4:30 já o Sol estava atrás das palmeiras e a maior parte da praia ficava à sombra. O que fazer? Ir para um bar à beira-mar beber Coronas, pois claro. Esse era o nosso ritual ritual diário: beber Coronas na praia e, depois, continuar a beber Coronas no bar do terraço do nosso hotel a ver o pôr-do-sol.

Ah, como foi bom... Acho que foi das melhores semanas de férias que já tive. Conto pôr aqui umas fotos em breve - nada de artístico, porque eu nem sequer levei a minha câmara; levámos só a pequenina da Jennifer.

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