Sunday, September 14, 2008

É tudo uma questão de desejar aquilo que não se tem

No fim-de-semana passado fui assistir à gravação de um especial de stand-up comedy para a Comedy Central. Depois, uns dias mais tarde, numa rua a uns quatro ou cinco quarteirões da minha casa, vi uma equipa de técnicos a arrumar aquilo que tinha sido o set de um filme ou de uma série de televisão (aqui em Astoria está localizado um dos maiores estúdios de Nova Iorque, o Kaufman Studios, onde se filma grande parte das séries e filmes produzidos em NY e, por isso, é natural que alguns exteriores neutros sejam feitos nas redondezas).

Estas duas situações, em que me cruzei de relance com câmaras, cabos e holofotes, fizeram-me ter algumas saudades dos tempos em que fazia parte dos bastidores de produções televisivas. É claro que, enquanto guionista e, portanto, sem intervenção directa no desenrolar de muitas das componentes de uma filmagem, muitas vezes ficava horas e horas à espera que algum problema técnico fosse resolvido, ou que alguma questão de produção fosse desbloqueada, ou que a cena ficasse ao gosto do realizador, e que, por isso mesmo, se voltasse agora a uma gravação, o mais certo era acabar aos suspiros de tédio e aos desabafos de impaciência, mas, tal como as câmaras, os cabos e os holofotes, acabo também por ter saudades desses suspiros e desses desabafos. Também fazem parte da mística.

1 comment:

crianeo said...

Também tenho saudades de te ver por entre os cabos, holofotes e as câmaras, maluco! Fazes cá falta, evidentemente como amigo, mas também, seguramente, como colega de trabalho!

Estive os últimos minutos a inteirar-me com consideravel atraso das novas que trazes de Nova Iorque! Destaques mais relevantes:

- O financiamento do Bush;
- O fim da Paragraph (mal empregadas três páginas de elogios dirigidos a ti que lhes escrevi);
- O início do Curso;
- O início da malhação no Ginásio!!!!!!

Espero, sinceramente, que todas essas empresas te corram da melhor maneira! É bom ver que te manténs activo e atento às ofertas gringas, ou que pelo menos fazes esse esforço, aí, por terras do Tio Sam.

Abraços e até breve, puto maluco!

Ferreira